Relatos de Boas Práticas geram diálogo entre teoria e prática
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Os educadores do 1º ao 3º anos do Ensino Fundamental participam, nesta quinta-feira (26), em Canoas, da segunda edição dos Seminários Regionais sobre o Programa de Progressão Continuada na Alfabetização e Letramento em implantação na rede estadual de ensino. Divididos em três mesas de debates no turno da tarde, cada uma efetuou três relatos de Boas Práticas Educativas de sala de aula. Em cada sala, uma professora convidada fez a mediação entre prática e teoria.
A professora Ivany Souza Ávila analisou três relatos, um que visa à saúde bucal das crianças, outro que apresenta a experiência da escola de Tempo Integral e o terceiro com temática da criança em movimento e a vida, com o intuito de globalizar as áreas do conhecimento com o mundo que a rodeia. Cumprimento a iniciativa do relato de boas práticas. Eles demonstram que os projetos têm em comum o fato de tratarem as crianças como sujeitos, um fio condutor que interrelaciona todas as ações desenvolvidas em sala de aula e tratam as crianças como protagonistas.
A educação inclusiva em uma Escola de Educação Especial e de Ensino Fundamental foi a tônica dos relatos do auditório 217. De acordo com a professora Marisa Laureano, as três práticas demonstram o interesse e disposição de todas as escolas em trabalhar a alfabetização de forma integral.
Os relatos abordados foram de preparo de turma para a acolhida de um aluno autista, a alfabetização de alunos surdos, com uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da língua portuguesa escrita. Alfabetizar é formar integralmente, frisou Marisa na análise dos relatos. Temos que ter em mente que o período de três anos é importante para a formação integral dos alunos, enfatizou, concordando com a progressão continuada para os três primeiros anos do Ensino Fundamental. Quando a gente pensa em inclusão, pensamos nos alunos que não têm necessidades educacionais especiais, e não naquele que as possui, para então incluir o aluno com deficiência ou com necessidades especiais, completou.
Já a professora Patrícia Pinho analisou outras três práticas, relacionadas à educação ambiental, identificação e análise de erros contidos em jornal em sala de aula e a intenção de despertar no aluno e em sua família a necessidade constante de gostar de aprender e estudar, ler para si e para o outro, reconhecer a diferença entre o vocabulário de uso diário (coloquial) e o formal, perceber a importância e necessidades do uso da linguagem formal (fala, escrita e leitura) também em nosso cotidiano, produzir textos diferenciados, apreciar o mundo matemático e conviver bem com seu grupo, acreditando em si e no outro, partindo sempre do respeito e da colaboração. A criança quando entra em sala de aula continua criança. Tornar-se aluno é uma atividade social. Antes tínhamos um ano para ensinar a criança a ser aluno e dominar a língua e a escrita.
O processo de letramento, ou seja, a participação em eventos do cotidiano que envolvem a leitura e a escrita pode iniciar desde que nascemos. Antes de ser alfabetizada, a criança pode ser letrada, enfatiza a professora. Para Patrícia, o conceito continuada junto à progressão é muito importante para a alfabetização nos três anos, que visa à efetiva alfabetização e à continuidade dos seus processos de letramento.
Texto: Patrícia Coelho
Edição: Palácio Piratini (51) 3210.4305