O Museu de Arte do Rio Grande do Sul t(MARGS) teve casa cheia para a abertura da segunda exposição do ano, intitulada Labirintos da Iconografia, na noite de terça-feira (28). A exposição parte da ideia de labirinto do mito grego da ilha de Creta e adota um modelo labiríntico de organização curatorial, a cargo do curador chefe do museu, José Francisco Alves, onde o visitante pode percorrer o trajeto das obras de uma forma não cronológica, possibilitando assim que construa suas próprias vias interpretativas estabelecendo novas relações históricas e artísticas. Um ala da mostra contempla a montagem das obras dentro de uma versão museológica de estrutura labiríntica.

A partir dessa exposição, o MARGS adota uma nova identidade visual, que volta a utilizar o primeiro logo artístico da instituição, criado em 1966, e utilizado até 1979, pelo artista plástico e diagramador Cláudio Carriconde (Arroio Grande, 1934 - Santa Maria, 1981).

Na solenidade de abertura, o secretário de Estado da Cultura, Luiz Antônio de Assis Brasil, destacou a multiplicidade do museu, graças à união de esforços da sua equipe, para tingir o objetivo que é a nova gestão da Cultura do Rio Grande do Sul que compreende as artes, a inclusão cidadã e a economia desta cultura. Impressiona o trabalho do curador ao usar obras, conhecidas, do acervo do MARGS , e conseguir transformá-las em algo novo, incentivando um novo olhar e as tornando mais interessantes, modernas e mais bonitas. A exposição consegue dar um novo sentido ao acervo do museu, disse o secretário.

Presente na solenidade, a coordenadora regional do Ministério da Cultura, Margarete Moraes parabenizou a direção do museu e a curadoria por, em tão pouco tempo, organizar duas exposições. Salientou ainda a integração entre Governo Federal e Estadual, que possibilitam vários convênios e acordos de ações conjuntas, especialmente com a Secretaria de Estado da Cultura.

O diretor do MARGS, Gaudêncio Fidelis agradeceu o empenho de sua equipe de trabalho e os patrocinadores da mostra. Esta é uma das exposições mais ousadas que o MARGS já realizou. Ela propõe um confronto não hierárquico entre as obras, acrescentou Fidelis. A mostra inaugura, também a iluminação permanente do museu, instalada com patrocínio da Gerdau S.A.

Na abertura da mostra houve uma performance de Élcio Rossini com a inclusão de elementos não usuais ao espaço do museu. Essa performance terá seguimento e desdobramentos em mais cinco dias: 6, 13, 20, 27 de julho e 11 de agosto às 15 horas. Para a realização da performance o MARGS construiu uma complexa estrutura de madeira, na forma de um retângulo envidraçado, criando um aparato cinemático dentro do qual a obra se desenvolverá.

Outro trabalho âncora da mostra, de produção complexa, é a instalação no centro das pinacotecas do MARGS de uma escultura de Carlos Fajardo, feita com mais de 13 mil tijolos.

Labirintos da Iconografia apresenta obras de 83 artistas brasileiros e estrangeiros, produzidas entre a segunda metade do século XIX e o presente. O conjunto majoritário de obras da mostra parte do acervo do MARGS, mas tem também a participação de peças de outras coleções públicas e privadas (Pinacoteca Ruben Berta, Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, Museu do Carvão e Arquivo Histórico Moysés Vellinho).

A mostra ocorre na Pinacoteca e todas as galerias inferiores do MARGS.

Visitação: 29 de junho a 14 de agosto de 2011
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
Visitação: terças a domingos, das 10h às 19h Entrada franca
Praça da Alfândega, s/n° - Centro Histórico, Porto Alegre (51) 3227.2311

Texto/foto: Maria Emília Portella
Edição: Redação Secom (51)3210-4305