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Propriedade gaúcha é a primeira do Brasil certificada como livre de Brucelose Ovina

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Invernada do Morro Agudo, de Carlos Ely Garcia Júnior, fica em Gramado
Invernada do Morro Agudo, de Carlos Ely Garcia Júnior, fica em Gramado - Foto: Ricardo Lopes

O desenvolvimento de ações de sanidade é uma das prioridades da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa). Na última quarta-feira (10), o Rio Grande do Sul escreveu mais um importante capítulo dessa história. A propriedade, Invernada do Morro Agudo, de Carlos Ely Garcia Júnior, em Gramado, foi certificada como livre de Epididimite Ovina ou Brucelose Ovina. O produtor é o primeiro do Brasil a receber a certificação, confirmando o pioneirismo do Estado no combate a enfermidades.

De acordo com Ivo Kohek Junior, fiscal agropecuário da Seapa, a implantação do  Programa Estadual de Sanidade Ovina (Proeso), que está inserida no processo de recuperação da ovinocultura gaúcha, tem a finalidade de fortalecer ainda mais a sanidade ovina. A partir do Proeso foi instituída a certificação de propriedades livres de Epididimite. A opção é facultativa. Após dois exames laboratoriais negativos, com intervalos de 60 a 90 dias, de carneiros inteiros, acima de seis meses de idade, a propriedade recebe o status de propriedade livre de Epididimite Ovina. A certificação tem validade por 24 meses, sendo revalidada após este período com um novo exame laboratorial em todos os carneiros inteiros da propriedade. Nesse período, o produtor fica isento de apresentar exames laboratoriais para emissão da Guia de Trânsito Animal.

“É um orgulho estar aqui e conceder este certificado. A preocupação com sanidade deve ser contínua e para isso daremos prosseguimento em nossas ações”, afirmou Ivo Kohek Junior.

Carlos Ely ressaltou que a certificação é um exemplo de parceria perfeita entre  produtor, que busca apoio para qualificar sua propriedade, e o poder público, que por meio da Seapa, cria políticas de apoio ao homem do campo. “Minha propriedade está aberta para trocar experiências, aperfeiçoar o programa e incentivar outros produtores a seguirem este caminho”, comentou Carlos Ely.

O secretário Claudio Fioreze destacou que, além de incentivar a produção, é fundamental criar ações para qualificar os rebanhos. “Para alcançar novos mercados, temos que ter uma atenção especial com a sanidade. É a certificação de área livre de enfermidades que vai garantir novos patamares de comercialização para nossa produção. Com sanidade, todos os elos da cadeia produtiva são beneficiados, desde o produtor, que tem possibilidade de ampliar sua renda, até o cidadão, que tem a certeza da qualidade da carne que está sendo consumida”, enfatizou Fioreze.

Também participaram da entrega do certificado, o secretário da Agricultura de Gramado, Marcos Lovato, o coordenador da Câmara Setorial da Ovinocultura da Seapa, José Galdino, e o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, José Arthur Martins, e do chefe da inspetoria de Gramado, Flávio Luiz Wender.

Ovinocultura

A ovinocultura gaúcha conta hoje com um plantel de mais de quatro milhões de cabeças e com 47 mil propriedades com ovinos cadastradas. Já tivemos, há 20 anos, uma ovinocultura mais forte, com um plantel de 12 milhões de cabeças, mais direcionada à exploração da lã. Com o advento da indústria da lã artificial a exploração da ovinocultura sofreu uma queda considerável na década de 80, deixando o RS com apenas um quarto do seu plantel. A secretaria da Agricultura, nos últimos anos, deu início ao processo de recuperação da ovinocultura gaúcha com o programa Mais Ovinos do Campo e em quase quatro anos foi possível saltar dos 3,5 milhões de ovinos para os atuais quatro milhões.

Brucelose Ovina

É provocada pela bactéria Brucella ovis, que ataca exclusivamente ovinos, provocando epididimite, infertilidade e aborto. Em carneiros não têm cura, devendo ser sacrificados. As fêmeas ficam livres da infecção ao término do cio. Não é uma zoonose, portanto a carne dos animais sacrificados pode ser consumida. É uma doença da lista da OIE, de notificação obrigatória, causando prejuízos reprodutivos e econômicos.

Texto: Ricardo Lopes
Edição: Redação Secom 

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