Produtores se preparam para o plantio de melancia em Cacequi
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O município de Cacequi, no Vale do Jaguari, detém o quarto lugar em área cultivada de melancia no Rio Grande do Sul, com cerca de 600 hectares ocupados pela fruta e uma produção total de 15 mil toneladas por safra. A atividade é desenvolvida no município por 20 produtores, que obtém uma produtividade de, aproximadamente, 25 mil quilos por hectare, podendo ser comercializada ao preço médio de R$ 0,25 por quilo.
Os números foram divulgados na quarta-feira (17/7), durante a Reunião Técnica sobre a Cultura da Melancia, ocorrida na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), em Cacequi, promovida pela Emater/RS-Ascar. Cerca de 110 produtores da região participaram do encontro que ofereceu orientação para o plantio da próxima safra, que ocorre entre agosto e dezembro, com a colheita prevista para iniciar no final de dezembro e ir até março.
A apresentação foi realizada pelo assistente técnico em fruticultura, olericultura e floricultura do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, engenheiro agrônomo Alfredo Schons, e pelo extensionista do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Cacequi, técnico em agropecuária Zoé Fraga.
“Foi uma reunião importante porque trouxe informações sobre novas tecnologias de produção, além de alternativas e medidas de controle das doenças. O foco foi o de procurar unir os produtores e equalizar os conhecimentos sobre a cultura, já que ela tem grande importância socioeconômica e por ser cultivada principalmente por pequenos agricultores”, comenta o chefe do escritório municipal de Cacequi, técnico agrícola João Francisco Comiz.
Além da avaliação geral da cultura, os produtores assistiram a palestra sobre adubação feita por Adriano Luiz Kubiak, técnico em agricultura da Diamaju Agrícola Ltda., de Anta Gorda. Já sobre as cultivares, controle de pragas, doenças e utilização correta de agroquímicos na cultura da melancia, falou o representante da Syngenta, engenheiro agrônomo Elísio Cembranel.
De acordo com Comiz, a produção de melancia exige que as operações sejam executadas cuidadosamente, sendo necessária uma visita diária ao campo para o efetivo controle das necessidades do cultivo. “Além disso, é preciso organização e planejamento da lavoura, porque a melancia não pode ser estocada, é colher e vender imediatamente e, para isso, é necessário planejar bem”, recomenda o técnico da Emater/RS-Ascar.
Apesar de ocupar atualmente o quarto lugar em área de cultivo, o título de Capital da Melancia ainda pertence ao município. “As condições de clima e solo garantem qualidade e sabor, sendo um dos cultivos mais antigos do Estado, com mais de 40 anos de experiência”, afirma Comiz. “Essa qualidade é o diferencial, é o marketing consolidado que existe sobre o produto cacequiense, fazendo até com que os comerciantes tentem vender o produto de outros municípios dizendo, equivocadamente, que é a Melancia de Cacequi”, acrescenta.
Mesmo com o reconhecimento da importância econômica da fruta na região, a expansão das áreas de cultivo está sendo limitada pelo plantio de florestas. “Os produtores não estão encontrando mais áreas, o que faz com que a área total de melancia permaneça estável, entre 500 a 800 hectares no máximo”, conclui Comiz.
Texto: Helena Boucinha
Foto: Emater/Ascar
Edição: Redação Secom