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Produtores intensificam plantios e colheitas com tempo bom

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A colheita da safra de inverno 2002 e o cultivo da safra de verão mantém um atraso gerado pelas chuvas provocadas pelo fenômeno El Niño no Rio Grande do Sul. No entanto, os agricultores gaúchos estão aproveitando o clima seco dos últimos dias para realizar os trabalhos nas lavouras. O levantamento semanal sobre a situação das culturas e criações, elaborado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), através da Emater-RS, informa que os produtores gaúchos de milho já plantaram 60% da área destinada à lavoura no Estado. O plantio está um pouco atrasado em relação à média histórica, que registra o índice de 69% do plantio concluído na primeira quinzena de novembro. O solo está preparado em 75% da área, contra 81% da média histórica. Já as sementes levadas à terra, 57% estão em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, quando deveriam estar em 63%. Segundo os técnicos da Emater-RS, os agricultores estão aguardando a redução das chuvas para finalizarem a semeadura, já que o período de plantio do milho no Rio Grande do Sul estende-se até a segunda quinzena de janeiro. Os técnicos lembram que as chuvas que devem ser provocadas pelo fenômeno El Niño nos próximos meses contribuem para o aumento na produtividade da cultura, equilibrando, com isto, a redução da área cultivada, estimada em 3,7% em relação à safra passada, conforme contabilizou o primeiro levantamento de intenção de plantio, finalizado no início de outubro. O plantio da soja também encontra-se atrasado em relação à média histórica, mas as cotações do grão motivam os produtores a investirem na cultura. Na região Norte, 35% do solo destinado à lavoura está preparado para o plantio, que foi iniciado nas áreas mais altas das propriedades em função do excesso de umidade nos terrenos baixos. O mesmo acontece em municípios do Noroeste Colonial e Alto Jacuí. A colheita do trigo também sofre atrasos em função do clima. Na Fronteira Noroeste e Missões, a colheita chega a 95% e, no Noroeste Colonial e Alto Jacuí, a 60%. No Norte, 15% da área plantada está colhida, obtendo-se uma produtividade de 1,5 mil quilos por hectare a dois mil quilos por hectare e PH variável de 72 a 78. No Planalto Médio, as lavouras estão, em sua maioria, prontas para serem colhidas (60%). Os produtores preocupam-se em concluir a colheita, mesmo que seja reduzida a qualidade do grão (PH), diminuindo riscos de perdas na produção. Segundo os escritórios regionais da Emater-RS, o índice pluviométrico de outubro chegou a ser quase três vezes superior à média histórica. Em Cruz Alta, por exemplo, a média, em outubro, é de 174,8 milímetros. No entanto, choveu 532 milímetros. Na Fronteira Noroeste, choveu, em média, 500 milímetros nos municípios. No Planalto Médio, choveu 372 milímetros, contra 167 milímetros da média histórica. Hortigranjeiros A produção de hortigranjeiros sofre reflexos rápidos do excesso de chuvas. Nos Vales do Caí e Taquari, as perdas estão estimadas em torno dos 30% da produção atual. Deve-se levar em conta também o atraso no plantio e no desenvolvimento, provocado principalmente pela falta de luminosidade, que prejudica a qualidade dos produtos. No Noroeste Colonial e Alto Jacuí, o excesso de umidade está provocando o aparecimento de doenças foliares e radiculares nas hortaliças. Criações A bovinocultura de leite também vem sofrendo com as condições climáticas. Os produtores não conseguem estabilizar a dieta alimentar dos rebanhos, por falta de forragem em quantidade e qualidade adequadas. Os criadores de bovinos de corte também enfrentam dificuldades provocadas pelo clima, como na implantação das pastagens de verão ou na utilização das já implantadas.
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