Políticas públicas intersetoriais da economia criativa pautam painel na Expointer
Atividade abordou importância da atuação articulada entre áreas do governo para promover desenvolvimento estratégico do Estado
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As possibilidades de desenvolvimento estratégico a partir da indústria criativa foram tema de painel que a Secretaria da Cultura (Sedac), por meio do Programa RS Criativo, promoveu na Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, nesta sexta-feira (5/9). Presente em todo o Rio Grande do Sul, o setor abrange atividades de cultura, mídias, tecnologia e criações funcionais, áreas que podem ser articuladas para desenvolver colaborativamente campos mais tradicionais da economia. A atividade ocorreu no estande do governo do Estado.
A coordenadora do RS Criativo, Juliana Sehn, apresentou dados do segmento. Segundo ela, o Rio Grande do Sul possui quase 30 mil estabelecimentos criativos e o setor representa 4,2% dos empregos formais do Estado. Juliana afirmou que, desde 2019, o governo atua de forma estratégica. “É preciso pensar de que forma podemos utilizar os setores da indústria criativa como soft power e potencializar nosso Estado em nível nacional e internacional.”
Articulando 13 diferentes secretarias de Estado que se relacionam com os setores criativos, a iniciativa pretende consolidar a economia desse nicho como eixo estratégico da política de desenvolvimento econômico. “Cada pasta já atua com projetos e programas voltados a algum setor da indústria criativa. O que precisamos é atuar colaborativamente para destacar a efetiva representatividade do setor criativo e, assim, estabelecer políticas públicas de longo prazo que sejam capazes de otimizar resultados e aproveitar o potencial de desenvolvimento que o setor apresenta para os gaúchos”, defendeu Juliana.
O queijo e a indústria criativa
O diretor do Departamento de Fomento da Sedac, Rafael Balle, destacou que as artes estão no centro da indústria criativa e apresentou os programas de incentivo à produção cultural do governo gaúcho. “Hoje, temos um investimento cinco vezes maior do que tínhamos em 2019, o que nos deixa com a responsabilidade de agir estrategicamente para desenvolver os setores criativos”, afirmou.
Conforme Balle, o reconhecimento do queijo serrano como patrimônio cultural do Estado é um exemplo de ação intersetorial que une cultura e economia tradicional para a promoção do desenvolvimento econômico. Segundo o diretor, a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) oferece a possibilidade de financiar pesquisas que permitam essa articulação. “Dessa forma, temos trabalhado para integrar diferentes setores da economia, potencializando os resultados da política de fomento”, concluiu.
Após o painel, uma comitiva da Sedac visitou o Memorial do Queijo Gaúcho, na sede da Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), também no Parque de Exposições Assis Brasil. Com aporte de R$ 1,7 milhão por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), a casa da Apil no Parque foi ampliada para receber o Memorial, um espaço permanente de valorização da história, da cultura e da tradição queijeira do Estado e do Brasil.
O objetivo do equipamento é ampliar a atuação da entidade, dedicada à defesa da cadeia produtiva dos laticínios, e atuar como agente fomentador de ações culturais, atendendo a rede de associados e a toda a sociedade rio-grandense. Inaugurado na quinta-feira (4), o local vai sediar diversos projetos artísticos, explorando o espaço em todas as épocas do ano e criando uma vocação da entidade para a promoção da arte e da cultura.
Texto: Carlos Hammes/Ascom Sedac
Edição: Secom