Pintura realista atrai 25 mil pessoas ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Publicação:

Vinte e cinco mil pessoas já visitaram a exposição Arte na França 1860-1960: O Realismo, exibida no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) desde o dia 14 de julho. Somente neste final de semana, foram 5 mil. Para facilitar o acesso do visitante, até as 19h o Margs mantém, na parte externa, estrutura com guarda-volumes, detectores de metais e posto para arrecadação de doações que valem como ingresso e são encaminhadas ao Comitê de Ação Solidária do governo do Estado para distribuição da Campanha do Agasalho.
Aproximadamente 12 toneladas de roupas e alimentos não-perecíveis foram recolhidas até este final de semana como ingresso solidário. A exposição pode ser visitada de terça a domingo, entre 10h e 19 horas, até 30 de agosto, na sede do Margs na Praça da Alfândega.
É uma oportunidade para conhecer obras de artistas consagrados, expostas pela primeira vez no Estado e que retratam o movimento artístico e cultural desenvolvido na segunda metade do século 19. O realismo sucedeu o romantismo e deu à arte uma abordagem humana mais objetiva, marcada por temas sociais e políticos - entre eles, a miséria, a exploração e a corrupção. Também fez parte do movimento a corrente naturalista, seguindo a mesma linha de objetividade, mas sem a tendência ideológica.
A costureira Eliane Felizardo, de 44 anos, moradora do bairro Restinga, em Porto Alegre, esteve entre os visitantes da mostra na semana que passou. Pela primeira vez, estou visitando o Margs. Nunca tinha visto quadros tão lindos e pintados por artistas tão importantes, contou. Para a educadora de moda Ana Nunes, 55 anos, moradora de Gravataí, a exposição é uma oportunidade única para ver de perto obras até então conhecidas só por catálogos, internet e revistas. Estou muito feliz, me sinto privilegiada por poder estar aqui no Margs vendo este trabalho, entusiasmou-se.
Na primeira visita que fez a um museu, a estudante de 17 anos Cristielle Costa, também do bairro Restinga, disse que ficou impressionada: É tudo tão bonito e, além disso, estamos ajudando a Campanha do Agasalho.
Arte na França 1860-1960: O Realismo faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil. Reúne 140 obras criadas no período em que o realismo se afirma na arte francesa e passa a influenciar o panorama cultural internacional, até o momento em que a arte feita nos Estados Unidos conquistou o mundo. A exposição inclui ainda trabalhos de diversos movimentos e escolas, abordados sob a perspectiva do realismo.
Apresentadas em ordem cronológica, as obras formam um percurso pelos dois andares do museu. Lá estão telas de Courbet, Monet, Van Gogh, Degas, Renoir, Picasso, Cézanne, Balthus, Millet, Dérain, Miró, Dalí e Manet, além de brasileiros como Cândido Portinari, Almeida Júnior e Iberê Camargo.
Em Porto Alegre, somaram-se obras pontuais do acervo do Margs, da Fundação Iberê Camargo, da Pinacoteca de Arte Rio-Grandense Aplub e do Acervo Rubem Berta da Prefeitura de Porto Alegre, todas escolhidas pelo curador Eric Corne. A exposição é uma realização do Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura e do Margs. É patrocinada pelo Banrisul, Grupo Gerdau, pela CEEE, Corsan e Caixa/RS.