Participação da população é essencial para o combate à dengue no Estado
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Em 1999, o Governo Federal descentralizou as ações de controle das endemias, doenças infecciosas restritas a determinada área. A fiscalização agora é realizada pelo Estado, a partir das ações executadas pelos municípios, que assumiram o controle do combate à dengue. Os agentes de saúde têm o papel de visitar as residências, monitorar as armadilhas e, principalmente, conscientizar a população sobre medidas de prevenção e os sintomas da doença.
As ações foram intensificadas em 2012, e o Estado repassou R$ 2,4 milhões para 120 municípios em recursos extras. No auxílio às equipes municipais, 300 agentes qualificados pelo Governo Federal trabalham no Rio Grande do Sul, realizando o suporte técnico de combate ao mosquito da dengue, doenças de chagas e outras endemias nas 19 coordenadorias regionais de saúde. Conforme o perfil epidemiológico, cada regional tem um número de servidores descentralizados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que apoiam os municípios.
A diretora adjunta do Centro de Vigilância em Saúde (CEVS) do Estado, Laura Londero, explica que a fêmea do mosquito da dengue coloca o ovo próximo da água e em lugar protegido do sol. Todo programa é sustentado na eliminação do inseto na fase larvária, justamente porque ele está em ambiente restrito e também porque é a fase em que se alimenta. O agente larga na água o larvicida e o mosquito é eliminado.
O papel do agente é fundamental para o combate, assim como o da população em receber os profissionais durante as visitas, para identificação de possíveis criadouros. Recolher o lixo e virar os pratos de plantas são considerados controles eficazes de remoção do foco. O trabalho da população é fundamental, assim como a consciência de que é preciso se tornar um agente da própria saúde.
Vigilância epidemiológica
Sensibilizar a rede de assistência para que se pense em dengue é um objetivo da vigilância, já que a dengue é uma doença viral em que os sintomas são muito parecidos com os de outras. A população deve entender que não precisa ter o exame de dengue para ser tratado. O exame é importante para o controle da saúde pública, e o tratamento ambiental para evitar que outras pessoas contraiam a doença, enfatiza Laura. A partir do momento em que o médico suspeita do diagnóstico, o primeiro passo é saber se não há mais pessoas com dengue na região. O trabalho baseia-se no entorno da residência e no controle do inseto na fase adulta, para que ele não passe o vírus para outras pessoas.
Atualmente o Estado tem focos em 70 municípios e o restante continua trabalhando com as armadilhas, onde quinzenalmente equipes monitoram se há ou não focos da doença. Quando o agente encontra a larva, é realizada a coleta e enviada para o laboratório, para comprovar o foco da dengue ou a larva de outro inseto. No caso de dengue, o agente visita todas as casas em um raio de 300 metros da armadilha procurando algum foco. Caso encontre, este município passa a ser considerado como infestado e, se necessário, são utilizados caminhões inseticidas.
Quando é identificado um caso de dengue, o município informa a sua regional, que posteriormente informa o Estado. Todo trabalho é monitorado pelo Estado e União, por meio de um sistema de informação onde todas as atividades desenvolvidas pelo município são colocadas em um relatório diário. Semanalmente é atualizado pelo CEVS o relatório da Vigilância Ambiental e Epidemiológica sobre os focos e casos de dengue no Estado, e é possível acessar este boletim no site da Secretaria da Saúde.
Ações climáticas
Como todo inseto, o da dengue precisa de uma temperatura mais elevada, acima de 26 graus, para um desenvolvimento pleno. Em temperaturas mais baixas ele se retrai, não procria normalmente e não procura tanto sangue. A tendência em locais como o Rio Grande do Sul, que tem baixas temperaturas, é que diminua a população de insetos. No verão, porém, o mosquito começa a encontrar condições propícias para a procriação. Nosso verão normalmente, com exceção deste ano, é muito chuvoso. Então o mosquito junta as condições de água, umidade e temperaturas elevadas para o rápido desenvolvimento. Laura ressalta que o mosquito da dengue é um animal que se adapta muito bem, e até mesmo o interior das residências deve ser monitorado, já que a temperatura não é tão baixa.
Sintomas da dengue
- Febre durante cerca de sete dias com início abrupto;
- Dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e músculos;
- Dor atrás dos olhos;
- Prostração, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos;
- Manchas vermelhas no tórax e braços.
Como prevenir focos da dengue
- Mantenha bem tampados tonéis e barris dágua;
- Mantenha a caixa dágua bem fechada. Coloque também uma tela no ladrão da caixa dágua;
- Encha de areia até a borda os pratos das plantas ou lave-as semanalmente com escova;
- Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
- Vire todas as garrafas com a boca para baixo, evitando que acumule água dentro delas;
- Lave por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa;
- Não deixe água acumulada sobre a laje;
- Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada.
Mais informações podem ser obtidas pelo Disque Vigilância no número 150.
Texto: Daiane Roldão
Foto: Eduardo Seidl
Edição: Redação Secom