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Painel do Agronegócio 2025 e novo BI do setor são lançados na Expointer

Publicação chega à nona edição e ganha complemento interativo com dados de exportações e emprego formal do agronegócio

Publicação:

Painel do Agronegócio 2025 e novo BI do setor são lançados na Expointer   2025
Secretário-adjunto Bruno Silveira integrou o painel, destacando o caráter estratégico do trabalho - Foto: Daniele Machado/Ascom SPGG

Na Expointer 2025, o Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), lançou nesta segunda-feira (1/9) a nona edição do Painel do Agronegócio do Rio Grande do Sul e apresentou o novo BI do Agronegócio, ferramenta interativa que permitirá acompanhar de forma dinâmica os indicadores de exportações e de emprego formal do setor. As duas iniciativas se complementam e reforçam o compromisso do DEE/SPGG em oferecer dados estratégicos para compreender a dinâmica do agronegócio do Rio Grande do Sul.

O lançamento contou com a presença do secretário-adjunto de Planejamento, Governança e Gestão, Bruno Silveira, e dos pesquisadores Sérgio Leusin Júnior, Mariana Lisboa Pessoa e Bruno Paim, que apresentaram os resultados do estudo, elaborado também com Rodrigo Daniel Feix e Adonnay Martins Barbosa.

“O objetivo é contribuir para uma análise estrutural do agronegócio, apresentando novos recortes e informações que ajudam a entender tanto a produção quanto os impactos de questões como a estiagem e o uso da irrigação”, destacou Silveira.

Visão mais ampla

Enquanto o Painel oferece informações consolidadas sobre produção, crédito rural, exportações e impactos climáticos, o BI amplia as possibilidades de análise. Além dos relatórios trimestrais sobre exportações e emprego formal do agronegócio divulgados pelo DEE, o novo BI passa a oferecer atualizações mensais desses dados, garantindo ao público uma visão mais ágil e completa da evolução do setor no RS e no Brasil. O BI do Agronegócio pode ser acessado nesta página.

Em 2024, o agronegócio seguiu sendo peça-chave para a economia gaúcha. O setor respondeu por 72,2% das exportações totais do RS, somando US$ 15,8 bilhões. Entre os principais produtos exportados estão soja, carnes (suína, frango e bovina), celulose e tabaco, reforçando o peso do setor na balança comercial e na economia estadual.

Temas inéditos

O Painel deste ano apresenta três novas seções. A primeira trata dos portos utilizados para exportações, mostrando que o Porto do Rio Grande concentrou 91,9% do escoamento em 2024, enquanto parte das carnes, dos óleos vegetais e do biodiesel foi embarcada em portos de outros Estados, como Itajaí, São Francisco do Sul e Paranaguá.

Outra seção aborda o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), no qual o RS concentrou 41,9% das adesões nacionais em 2024, somando 129,8 mil contratos e movimentando R$ 9,14 bilhões em crédito.

Também é destaque a análise sobre a recorrência das estiagens e o papel da irrigação no RS. Entre 2003 e junho de 2025, foram registradas 3.418 ocorrências de secas ou estiagens, equivalentes a 56% dos eventos climáticos extremos ligados à precipitação.

O Painel constata que, diante do cenário de aumento na frequência e na intensidade das estiagens, é importante adotar estratégias integradas para mitigar seus impactos no setor agropecuário, entre eles os sistemas de irrigação de alta eficiência. O impacto da irrigação é evidente: em 2021/2022, a soja irrigada produziu 82% a mais do que áreas não irrigadas, enquanto o milho irrigado apresentou rendimento 200% superior.

Esse histórico de vulnerabilidade, segundo o documento, ajuda a explicar a forte demanda do RS por políticas de crédito e seguro rural, como o próprio Proagro.

Características da agricultura gaúcha

O Painel atualiza as características da agricultura do Estado, destacando a relevância de culturas como soja, arroz, milho, trigo e tabaco, que compõem a base da produção agrícola estadual. Além disso, o estudo revela que a agricultura familiar é característica de 80,5% do total de estabelecimentos agropecuários e responde por 72,2% do pessoal ocupado na agropecuária do RS.

O documento também ressalta a importância do cooperativismo. De acordo com dados de 2023, havia 95 cooperativas agropecuárias no Estado, que contavam com mais de 269,9 mil associados e empregavam diretamente 39 mil pessoas.

Tecnologia no campo

Em relação às máquinas e aos implementos agrícolas, o levantamento mostra que o RS é o maior produtor nacional de máquinas e implementos agrícolas e mantém posição de destaque na fabricação de tratores, colheitadeiras, pulverizadores e semeadeiras. Em 2023, a indústria de máquinas e equipamentos respondeu por 15,4% do valor da transformação industrial do Estado, com mais da metade voltada ao setor agropecuário.

Apesar da retração recente – em 2024, a produção nacional de máquinas caiu 15%, e o RS perdeu 2.068 empregos no setor –, o Estado segue como polo estratégico, com exportações concentradas em tratores, colheitadeiras e pulverizadores para países como Argentina, Paraguai, Estados Unidos, Uruguai e Chile.

Além disso, o Painel aponta que o RS é o segundo da federação em número de startups do agronegócio (Agtechs), com 194 empresas identificadas em 2023. Essas iniciativas desenvolvem soluções tecnológicas voltadas ao campo e reforçam o movimento de inovação no setor.

Agronegócio

O agronegócio compreende as atividades agropecuárias (agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca), a produção de insumos e bens de capital (fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas) e a indústria de transformação da matéria-prima agropecuária (alimentos, biocombustíveis, fumo), além de serviços especializados, armazenagem, distribuição e comercialização dos produtos.

Texto: Marcelo Bergter/Ascom SPGG
Edição: Secom

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