Mortalidade materna debatida em encontro sobre humanização pré-natal
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Teve início nesta manhã (29) a apresentação do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento para representantes de cerca de cem municípios gaúchos, com o objetivo de diminuir a mortalidade materna no Rio Grande do Sul. Os encontros, promovidos pelo setor da Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde do Estado (SES/RS), ocorrem no Hotel Coral Tower, em Porto Alegre, e estendem-se até amanhã (30). Precisamos diminuir a mortalidade materna, mas precisamos também que o conjunto dos municípios trabalhe a atenção integral à saúde da mulher. O objetivo final deste encontro é criar um espaço de discussão sobre o que vem acontecendo com a saúde da mulher e o que se pode fazer para melhorar este atendimento, frisou a secretária da Saúde do Estado, Maria Luiza Jaeger, na abertura do evento. Este primeiro dia foi dedicado à oficina de adesão ao projeto instituído em junho de 2000 pelo Ministério da Saúde (MS). A enfermeira Márcia Vinhas Lucas, representante do MS, abordou os objetivos, os incentivos financeiros e as condições necessárias para os municípios aderirem ao Programa de Humanização como, por exemplo, estabelecer mecanismos de vinculação pré-natal/parto, captação precoce e cadastramento das gestantes até o quarto mês de gravidez, entre outros assuntos. Segundo Flávio Vieira, coordenador da Política da Saúde da Mulher, da SES/RS, em aproximadamente 90% dos casos de mortalidade materna o óbito poderia ser evitado, se houvesse um acompanhamento médico regular da gestante. Embora a cobertura pré-natal no nosso Estado seja de 84,1% com indicadores de realização de quatro consultas ou mais, em 2000, 47,2 mulheres, para cada 100 mil nascidos vivos, morreram por complicações do parto, ressaltou. O Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento busca desenhar a rede obstétrica do País para poder garantir o atendimento das gestantes nos diferentes níveis de complexidade da assistência. O Rio Grande do Sul é dos estados com menor índice de mortalidade materna, mas a taxa apresentada ainda é considerada alta pelos padrões do MS. Amanhã (30) entre os temas a serem debatidos estão a Pactuação de Cesariana, Estruturação dos Comitês de mortalidade Materna (estadual, regional, municipal e hospitalar), Violência contra a Mulher (com a participação da ONG Themis), e Construção da Política de Planejamento Familiar para o Rio Grande do Sul.