Nos dias 31 de maio e 1º de junho, o coordenador geral do projeto Incentivos para a Conservação de Campos Nativos do Cone Sul, Anibal Parera, visitará Porto Alegre com o objetivo de fortalecer relações com as instituições do Rio Grande do Sul, em especial a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB).

O projeto de cooperação técnica entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Alianza del Pastizal, organização que reúne governos e entidades da sociedade civil da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, tem o objetivo de conservar os campos nativos do Bioma Pampa através do uso sustentável.

Sua finalidade básica é contribuir para a conservação dos campos naturais da região sul do Cone Sul no âmbito das propriedades rurais. Defendemos a criação de incentivos financeiros, fiscais ou bancários aos proprietários ou administradores de terras como reconhecimento dos governos aos serviços ambientais que são providos pelos campos naturais, disse a pesquisadora da FZB, Luiza Chomenko.

O diálogo da Alianza del Pastizal com o Rio Grande do Sul não é por acaso. Um dos projetos estratégicos do Governo, o RS Biodiversidade, executado por instituições como Sema e FZB, possui interface com as ações do projeto BID/ALIANZA, pois enxerga o desenvolvimento como um aliado para a conservação da biodiversidade.

O Pampa e sua importância

O Bioma Pampa é composto por uma área de aproximadamente cem milhões de hectares. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai possuem, respectivamente, 58%, 18%, 4% e 20% de sua superfície com resquícios de pampa. Atualmente, 50% do Bioma Pampa foi modificado por processos de urbanização, agricultura intensiva e silvicultura. Da metade restante, apenas 1,5% são áreas oficialmente reconhecidas como áreas protegidas. Os 48,5% que sobram do Bioma Pampa estão em propriedades privadas com uso preponderante de pastoreio extensivo em condições de campos nativos.

Vivem no Bioma Pampa cerca de 3 mil espécies de plantas diversas, 450 gramíneas, 150 leguminosas, 480 aves e 90 mamíferos. Algumas plantas e animais são endêmicas, ou seja, não existem em outra região do planeta. De todas as espécies de mamíferos e aves do Rio Grande do Sul, 12% vivem somente em campos e muitas outras ocupam esse ambiente de uma maneira não exclusiva.

O Bioma Pampa é internacionalmente reconhecido como em situação de grave risco de extinção. Vem chamando a atenção de organizações de vários países sobre esta condição crítica, o que tem levado à criação de ações que visam sua conservação e uma forma de utilização que compatibilize aspectos ambientais, culturais, sociais e econômicos.

Agenda de Anibal Parera em Porto Alegre
Quinta-feira (31)
9h30min - FZB
11h - Emater
14h- Projeto RS Biodiversidade (Sema)
16h30min - Projetos estratégicos RS - Seplag

Sexta-feira (1º)
9h30min - FZB
10h30min - Sema - Gabinete Secretário
15h - Secretaria da Agricultura - RS
16h30min - FZB

Texto e foto: Daniel Hames
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305