Memorial RS resgata a era do charque
Publicação:
O Memorial do Rio Grande do Sul, com o apoio da Secretaria da Cultura, e o Museu do Charque, presidido pelo pesquisador e escrito José Antônio Mazza Leite, com sede em Pelotas, inauguram amanhã (13), às 18h30min, evento destinado a resgatar a chamada Era do Charque no Rio Grande do Sul. A promoção oferece três blocos distintos: uma coleção de 12 painéis com fotos e ilustrações, pertencentes ao Museu, uma coleção de trabalhos do consagrado artista bageense Danúbio Gonçalves, hoje nome de conceito internacional, que já expôs em Paris, Nova Iorque, Tóquio, Pequim, Moscou, Praga, Varsóvia, Berlim, Lisboa, entre muitas outras cidades. Será a primeira vez que Danúbio apresenta a denominada série Charqueadas, na técnica gráfica de xilogravura de topo. Trata-se de documentação da maior importância histórica e artística destinada a preservar a memória sócio-econômica, registrando os últimos tempos do processo produtivo artesanal do charque na cidade de Bagé. O evento conta, ainda, com segmento denominado Qualificação Visual do Museu do Charque para desenvolvimento de Atividade de Educação Patrimonial, elaborado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, com o apoio do Programa Pró-Museu, da Fapergs. Também colabora com o empreendimento o Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas. Histórico Tudo começou por volta de 1779, quando José Pinto Martins, cearense de descendência portuguesa, mudou-se para Pelotas e, ali, às margens do arroio Pelotas, fundou a primeira charqueada. Elas se transformaram na alavanca que estruturou a economia do Rio Grande do Sul e passaram a se constituir na mais importante atividade da gente rio-grandense. Todo o Estado, por muitos anos, viveu em função do charque e do coluro. O material disponível no Museu do Charque para a exposição do Memorial vai oferecer ao público a oportunidade de conhecer como eram e como funcionavam as charqueadas que enriqueceram o Estado por algumas décadas. Mário Magalhães, estudioso do assunto e integrante do Conselho Consultivo do Memorial, diz que as charqueadas, ao se reproduzirem, foram responsáveis pela organização econômica do Estado. Os estancieiros, donatários das primitivas sesmarias, na sua origem quase todos militares, tinham um preço certo para seus rebanhos, que passaram a transportar até as charqueadas de Pelotas, desobrigando-se de conduzi-los até a feira de Sorocaba, em São Paulo. A mostra estará aberta ao público durante 15 dias, das 10h às 18h30min, com exceção apenas das segundas-feiras. Mais informações pelo telefone 51 - 3224 7210, com Márcia, no Departamento de Comunicação Social do Memorial.