Medicamentos contra fibrose cística terão fornecimento regularizado
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A Secretaria Estadual da Saúde vai regularizar o fornecimento dos medicamentos essenciais e contínuos prescritos aos portadores de fibrose cística. Para que a situação dos desabastecimento seja resolvida em definitivo, a Associação de Apoio a Portadores de Mucoviscidose do Vale do Sinos deverá solicitar aos médicos que atendem a seus 33 pacientes a prescrição de medicamentos que constem de uma lista a ser elaborada pela entidade e por técnicos da SES/RS. Assim, a Farmácia do Estado não será surpreendida pela prescrição de um medicamento ausente de seus estoques e cuja aquisição obedece a um rito burocrático, às vezes demorado. O acerto foi selado na tarde desta quarta-feira (7), durante audiência em que dirigentes da AAPMSINOS foram recebidos pelo Secretário-Substituto e Diretor-Geral da SES/RS, João Gabbardo dos Reis, que estava acompanhado de assessores ligados à Assistência Farmacêutica e Departamento Jurídico da Secretaria. Na ocasião, foi garantido que, até o final do mês, os pacientes terão disponibilizados, na Farmácia do Estado, os medicamentos Colistin (antibiótico), Adex (complexo vitamínico) e MP 12 (enzimas), que estão sendo adquiridos nos Estados Unidos e cuja licitação é bem demorada. Outros medicamentos, também essenciais aos pacientes da fibriose cística, deverão estar disponíveis já na sexta-feira. João Gabbardo dos Reis destacou que a SES/RS se preocupa com todos os gaúchos necessitados de medicamentos especiais e que o governo vem fazendo contatos com diversas entidades representativas de pacientes de transplantes, esclerose múltipla e anemia falciforme, dentre outras. A SES/RS tem a responsabilidade de atender a pacientes de qualquer outra patologia, em termos de acesso a medicamentos, cirurgias, órteses, próteses, com ou sem decisões da Justiça. E, para resolver esta questão séria que é a descotinuidade, serão tomadas algumas medidas, como a descentralização da Farmácia do Estado, através do acionamento das 19 Coordenadorias Regionais de Saúde localizadas no Interior, para atender à demanda local dos pacientes de fibrose cística. Paralelamente, todo o processo de informatização será readequado às novas necessidades, tornando mais ágil e eficiente a tramitação de processos e o controle de estoques. A fibrose cística ou mucoviscidose é uma doença genética grave e progressiva que compromete o aparelho digestivo e respiratório. Os pacientes têm uma vida média de 25 anos, no Brasil, enquanto nos Estados Unidos chega a 40, em razão, principalmente, do diagnóstico precoce. Seu tratamento é bastante oneroso, pois a medicação, fornecida gratuitamente pela Secretaria Estadual da Saúde, custa entre 4 mil e 10 mil reais mensais, se adquirida em farmácias particulares. O tratamento varia conforme os órgãos atingidos, que são os pulmões, o pâncreas e o fígado e 80 por cento dos remédios são importados. A doença incide mais nos descendentes de raças européias, o que explica sua alta prevalência no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Aqui, de cada 25 pessoas, uma é portadora da anomalia genética, sem apresentar os sintomas da doença. Mas, se gerar um filho com outra pessoa na mesma situação, a probabilidade de que o bebê seja um novo paciente chega a 25 por cento. A AAPMSINOS esteve representada por sua presidente Elizabeth Baccon, vice-presidente Michele Sobechaki e pelas associadas Gládis Elgert e Lígia Rodrigues Mohr.