Marinha do Brasil interdita acesso ao Porto da Capital
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A Marinha do Brasil interditou os canais de navegação compreendidos entre o Lago Guaíba e o Rio Jacuí. A determinação só foi feita após informação da própria Superintendência de Portos e Hidrovias, que verificou o deslocamentos dos sinais náuticos em decorrência da enxurrada ocorrida no final da semana passada.
Com a informação, a Marinha, por meio da Delegacia da Capitania dos Portos, verificou a situação dos canais e comunicou à SPH determinando a impraticabilidade nos Canais Cristal, Porto Alegre, Navegantes e Pólo Terminal Santa Clara. Ao todo, 38 bóias e sinais náuticos ficaram fora de posição.
Segundo o superintendente de Portos e Hidrovias, Vanderlan Vasconselos, o alerta sobre os riscos de a navegação ser prejudicada com a enxurrada, foi dado na tarde de sexta-feira (22), quando ele mesmo flagrou a bóia de número 27 passando defronte ao Cais Mauá. A força da correnteza, aliada a galhos de árvores e outros materiais que foram arrastados, retirou os sinais dos pontos de identificação do Canal, deixando a navegação insegura. Alertamos nossas equipes e, no começo da manhã do domingo, quando o nevoeiro se dissipou, encontramos várias bóias no Canal Cristal - próximo ao Beira-Rio. Imediatamente comunicamos a Marinha do Brasil, que nos deu retorno necessário, disse.
Assim que foi informada oficialmente da interdição pela Marinha, a SPH designou duas equipes para efetuar o levantamento dos pontos mais críticos e, na manhã desta segunda-feira (25), deu inicio ao trabalho de reposição dos sinalizadores. Nossa prioridade está sendo restabelecer os canais Porto Alegre e Navegantes que dão acesso ao Terminal do Rio Gravataí, para garantir a descarga de gás GLP, informou o diretor de Hidrovias, Pedro Obelar.
Medidas
O Superintendente destacou que durante toda a manhã de segunda-feira, 25, três navios carregados com gás e produtos químicos, precisaram ficar fundeados junto ao Cais Mauá, para evitar um deslocamento sem segurança. Nossa preocupação foi comunicar os órgãos competentes para alertar sobre a situação. Tanto a Delegacia da Capitania de Portos, através do Capitão de Fragata, Jaime Tavares Alves Jr. e a Praticagem da Lagoa dos Patos foram alertados para evitar qualquer incidente, destacou. Ele destacou ainda que o Secretário de Infraestrutura, Beto Albuquerque, também foi comunicado da situação da hidrovia, via encaminhamento do relatório da Marinha do Brasil.
Vanderlan explica que o objetivo é liberar a navegação o mais rápido possível, a fim de evitar danos à economia do Estado e o bem-estar da população. É pela hidrovia que passa a maior parte do gás liquefeito de petróleo - GLP - que abastece as residências gaúchas. Atualmente cerca de 1/3 do ICMS arrecadado pelo Estado passa pelos canais de navegação. Mantê-la operando é uma questão vital a nossa economia, alertou.
Apoio
No início da tarde de domingo, a bordo da lancha da Marinha do Brasil, um funcionário da SPH acompanhou o trabalho de localização e identificação das bóias deslocadas pela ação das águas. Foram vistoriados os canais do Cristal, Porto Alegre, Navegantes, e de Acesso ao Pólo Petroquímico de Triunfo. Os dados coletados foram acrescentados em relatório técnico sobre a situação atual do balizamento junto aos canais de navegação atingidos.
Enchentes
O diretor de Hidrovias, Pedro Obelar, explicou que enchentes dessa magnitude sempre danificam o balizamento. O lixo que desse pelos rios ao ficar preso junto as bóias e pode deslocá-las. Fora isto há o risco de assoreamento dos canais navegáveis, comprometendo o trabalho de dragagem que esta sendo realizado, disse. Obelar informou ainda que acredita-se que, em média, a cada ano são jogados nos rios cerca de 1 milhão de metros cúbicos de sedimentos e, as enchentes são motivos de preocupação, pois depositam de uma só vez um volume muito elevado de materiais no canal de navegação.
Texto: Cristiane Franco
Fotos: Carlos Oliveira
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305