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Livramento terá Unidade de Artesanato de lã naturalmente colorida

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Amanhã (13.01), a Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária) inaugura a Unidade de Artesanato de Lã na estação experimental de Santana do Livramento. A iniciativa faz parte do Programa de Modernização dos centros de pesquisa estaduais. Na nova estrutura serão realizados cursos de elaboração de peças de vestuário, tapeçaria e outros acessórios a partir da lã rústica naturalmente colorida. O ato de abertura será às 10h na unidade localizada na Estrada Mangueira Colorada, 7000. De acordo com o diretor-presidente da Fepagro, Carlos Cardinal, a Unidade de Artesanato foi construída para sediar os trabalhos de treinamento com lãs rústicas iniciados em 2003, como parte das ações promovidas pelo Programa RS Rural Campanha e Fronteira Oeste. O projeto com financiamento do programa da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado foi concluído no ano passado. Mas já estamos negociando novas parcerias com a Prefeitura Municipal de Santana do Livramento e outras instituições para manter e ampliar a realização dos cursos a fim de atender a demanda local, explica o dirigente. A medida tem por objetivo estimular uma renda alternativa para os pecuaristas familiares. Os pequenos produtores enfrentam dificuldades para vender as lãs de ovelhas das raças Corriedale, Ideal, Roimney e Merino que apresentam pigmentação cinza, marrom e preta. Essa matéria-prima acaba sendo descartada pela indústria, pois o padrão é a coloração branca, considerada mais fácil de trabalhar no processo de tingimento. Com o projeto de capacitação, os alunos de artesanato aprendem desde as técnicas de tosquia de lã, trabalho de cardagem e secagem até os métodos de fiação e confecção de peças. De acordo com Flávio Albite, coordenador dos cursos em Santana do Livramento, além de resgatar a tradição do artesanato da Fronteira Oeste, com a retomada do conhecimento das antigas gerações, a atividade tem comprovado ser mais lucrativa do que com a venda do produto in natura. Se um produtor consegue obter 100 quilos de lã da sua criação de ovinos, sendo 20 de lãs mais valorizadas e 80 de lãs coloridas, o ganho total será de R$ 228. Com os mesmos 100 quilos de lã, o pecuarista familiar produzirá 25 peças de vestuário e os ganhos crescem para R$ 3978, já descontadas as despesas em matérias-primas necessárias, como produtos para a lavagem da lã, amaciantes e corantes, detalha o pesquisador. Nas três etapas realizadas na ação desenvolvida no RS Rural Campanha e Fronteira Oeste, concluíram o curso 44 novas tecelãs da região. A proposta conta com a parceria da Emater/RS-Ascar e apoio da Embrapa, Senar/RS e Sindicato Rural do município.
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