Liberdade, Igualdade, Humanidade
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Germano Rigotto, governador do Estado O Brasão rio-grandense está composto sobre um dístico com as três palavras que dão título a este artigo. Julgo importante evocá-las porque estamos festejando nestes dias os 170 anos da Revolução Farroupilha, a mais marcante página da história do nosso Estado e do Brasil. De fato, pelos valores que defendia, pelos muitos anos que durou, pelo desequilíbrio das forças em conflito, pelos rasgos de nobreza e heroísmo que a marcaram, pelo peso das razões que moviam seus revolucionários, a Epopéia Farroupilha não encontra evento de nível semelhante nas páginas da história nacional. Tenho me empenhado e empenhado nosso governo em promover de maneira crescente as festividades que marcam a Semana Farroupilha. Cada vez mais o Rio Grande se cobre das cores da nossa bandeira, cada vez ganham mais vigor, em todo o Estado e em cada município do Estado, os desfiles e as muitas formas de evocar o episódio central do civismo rio-grandense. Foi como esse intuito que nosso governo deu caráter temático ao desfile do 20 de Setembro em Porto Alegre, ampliando o conhecimento dos fatos históricos, dos méritos que neles se contêm e dos personagens que lhes deram sentido. Tenho muito orgulho de governar um Estado assim. Aprendi com os meus antepassados, com os meus professores e nas páginas da nossa história, o que significa ser herdeiro dessa linhagem, dessa cultura e dessa tradição. E faço absoluta questão, como governador, de valorizar aquilo em que elas se fundamentam, porque sei o quanto permanecem significativas e valiosas na modernidade. O Rio Grande do Sul será sempre um Estado privilegiado, um bom lugar para viver, com uma cultura política e indicadores sociais relevantes, se formos zelosos para com os princípios que orientaram a vida e a ação dos artífices da nossa história. E eles nos legaram mais do que três palavras, ao colocá-las na base do nosso Brasão. Ali está a Liberdade, anseio do ser humano e dom de Deus. Ali está a Igualdade, que não se opõe à liberdade, mas expressa o fato de que, sendo todos portadores da mesma dignidade, temos que orientar a liberdade para o Bem Comum. De fato, não podemos ser livres uns contra os outros, mas temos que ser livres com os outros. E ali está a Humanidade, significando que não estamos sós, mas somos parte solidária e fraterna de um todo maior. Ou, para afirmar com o romano Terêncio: tudo que é humano nos diz respeito. Que o dito de nosso Brasão persista como inspiração a cada rio-grandense para orientar nossas relações pessoais, familiares e sociais. São as virtudes aí presentes virtude que fazem o Rio Grande ser aquilo que é. Especial - Zero Hora, 14/9/2005