Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Leite defende protagonismo de Estados e municípios na ação climática global em encontro pré-COP30 no RJ

No Fórum de Líderes Locais, governador destacou papel dos governos subnacionais em políticas de adaptação e resiliência

Publicação:

Leite no painel Potencial Climático da Natureza conectando oportunidades de financiamento para governos subnacionais   nov2
No encontro, Leite apresentou ações do Plano Rio Grande para reconstrução do Estado - Foto: Maurício Tonetto/Secom

O governador Eduardo Leite está no Rio de Janeiro para participar de uma série de atividades do Fórum de Líderes Locais (Local Leaders Forum – LLF), evento que reúne representantes de governos subnacionais de todo o mundo e antecede os debates da COP30 – que será realizada em Belém a partir de 10 de novembro. Nesta terça (4/11) e na quarta-feira (5/11), Leite participa de painéis e reuniões que tratam das ações de adaptação e mitigação das mudanças climáticas e da importância da cooperação entre Estados, municípios e organismos internacionais.

Como parte da programação do LLF, o governador foi um dos palestrantes do painel “Potencial Climático da Natureza: conectando oportunidades de financiamento para governos subnacionais”, realizado na tarde desta terça. A agenda foi acompanhada pela secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.

A mesa foi promovida pela CDP Latam, em parceria com o Consórcio Brasil Verde, o Centro Brasil no Clima (CBC) e a GCoM–Gap Fund Partnership. O evento reuniu lideranças da América Latina e representantes de instituições financeiras internacionais para discutir formas de ampliar o acesso a investimentos voltados a soluções baseadas na natureza.

Papel do Estado

Durante sua fala, Leite destacou o papel do Estado como indutor das políticas locais de adaptação, explicando que o Rio Grande do Sul vem condicionando o acesso dos municípios a recursos estaduais à criação de comitês municipais de ação climática. A medida busca fortalecer a governança do clima e garantir que os municípios participem ativamente do planejamento e da execução das políticas públicas de resiliência.

“Os governos locais precisam ser protagonistas. O Estado oferece recursos e suporte técnico, mas exige comprometimento: quem quer parceria precisa estar engajado na agenda climática”, afirmou.

Leite também detalhou o funcionamento do Plano Rio Grande, principal estratégia de reconstrução e adaptação climática do Estado. Liderado pelo governador, o plano é o programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro. 

Ele ressaltou ainda a criação de fundo próprio de financiamento, o Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), formado a partir do acordo com a União que suspendeu, por três anos, o pagamento da dívida estadual. “Esses recursos, que somam bilhões de reais, estão sendo aplicados diretamente nas ações de reconstrução e resiliência, com base em estudos científicos e na escuta da sociedade”, explicou.

Estamos aproveitando a dor que vivemos para transformar o Rio Grande do Sul em um exemplo de recuperação   nov25
"Estamos usando a dor que vivemos para transformar o Rio Grande do Sul em um exemplo de recuperação", disse Leite - Foto: Maurício Tonetto/Secom

O governador acrescentou que o plano é sustentado por uma governança estruturada, com um conselho social de mais de 180 membros e um comitê científico com mais de 40 especialistas, garantindo continuidade, transparência e base técnica às decisões.

O painel teve a participação da ministra do Meio Ambiente e Economia Circular do Governo da Província de Córdoba (Argentina) e representante da Alianza Verde Argentina, María Victoria Flores; da secretária do Meio Ambiente da Prefeitura de Belém (PA), Juliana Nobre; do especialista sênior em Assuntos Urbanos e gerente de programa da Plataforma Global para Cidades Sustentáveis do Banco Mundial, Xueman Wang; e da superintendente da Área de Desenvolvimento Social e Gestão Pública do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ana Costa. A moderação ficou a cargo da diretora global da parceria GCoM–Gap Fund, Johanna Granados Alcala.

Banco de Soluções reúne boas práticas internacionais

Ao final do painel, também foi formalizado o lançamento do Banco de Soluções Climáticas dos Estados Brasileiros. A iniciativa é uma criação conjunta da Plataforma Cipó, do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e do Centro Brasil no Clima (CBC), com o objetivo de dar visibilidade internacional às políticas e ações climáticas locais já implementadas pelos Estados brasileiros.

O banco também busca estimular a cooperação entre governos subnacionais na busca por soluções climáticas justas e inclusivas. Para isso, reúne 55 boas práticas de todos os Estados do país, que exemplificam experiências concretas de redução de emissões, fortalecimento da adaptação e promoção do desenvolvimento sustentável.

O Rio Grande do Sul tem dois projetos inscritos:

  • a Governança Climática Integrada, que reúne a Agenda ProClima 2050, o Projeto Roadmap Climático, o Plano Rio Grande e o Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas, com foco na coordenação institucional e no fortalecimento da governança climática estadual;
  • e o projeto Saúde e Defesa Civil Resilientes, que integra protocolos pós-desastres em saúde e clima e o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, com foco na preparação e resposta a eventos meteorológicos extremos.

Articulação de líderes subnacionais para adaptação

Pela manhã, o governador e a secretária Marjorie participaram da mesa-redonda “Territórios Resilientes – Infraestrutura, Água e Adaptação Climática”, também como parte da programação do LLF. Promovido pela Regions4 e pelo Climate Group, o encontro reuniu governadores e líderes subnacionais de diversos países para discutir estratégias de adaptação às mudanças climáticas, gestão hídrica e infraestrutura resiliente.

Durante o painel, o governador abordou ações do Plano Rio Grande, que foi criado após as enchentes de 2024. Leite detalhou a estruturação do plano e as medidas já implementadas e em andamento.

Foto de Leite sentado ao lado de várias pessoas numa mesa comprida, em uma conferência. O ambiente é formal. Leite fala ao microfone e gesticula com as mãos.
Governador participou da mesa-redonda “Territórios Resilientes – Infraestrutura, Água e Adaptação Climática” - Foto: Maurício Tonetto/Secom

“O Plano Rio Grande não é apenas sobre reconstruir o que foi destruído, mas sobre construir um Estado mais preparado e resiliente. Estamos usando a dor que vivemos para transformar o Rio Grande do Sul em um exemplo de recuperação, adaptação e futuro diante das mudanças climáticas”, afirmou.

O governador também parabenizou a Coalizão Under2, uma das entidades organizadoras do LLF. Ele salientou que o protagonismo das lideranças locais e subnacionais é essencial para que as ações de enfrentamento das mudanças climáticas tenham efetividade e continuidade, independentemente das mudanças de governo.

Marjorie reforçou que os governos subnacionais estão à frente da ação climática. “O Estado atua para garantir e fortalecer que as ações de mitigação e adaptação resiliente sejam de fato implementadas, garantindo políticas públicas locais eficientes e factíveis. O Rio Grande do Sul segue nesse caminho, de mitigação das emissões de gases de efeito estufa e de reconstrução adaptada”, garantiu. “Estamos demonstrando essas ações no Fórum de Líderes Locais, e apresentaremos nossos avanços também na COP30.”

No início da noite, o governador participa ainda da conferência de encerramento do Fórum Econômico França-Brasil sobre Transição Energética e Ecológica, atividade que integra a programação do LLF.

Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom

Portal do Estado do Rio Grande do Sul