Instituto Penal de Gravataí inaugura espaço de leitura "Fabrício Carpinejar"
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"Todo presidiário tem dez minutinhos de sol, um recreio para banhar o rosto com a luminosidade da manhã. Já quem é livre, talvez passe 24 horas longe da luz do dia". O trecho da crônica "Abraço de Judas" (Ai meu Deus, ai meu Jesus - Bertrand Brasil), que fala sobre liberdade, foi o escolhido para encerrar o ato de inauguração do espaço de leitura "Fabrício Carpinejar", no Instituto Penal de Gravataí (IPG).
A sala, inaugurada pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) nesta segunda-feira (15), inicia as atividades com mais de 120 livros, que serão destinados a 58 apenados do regime semiaberto. A abertura contou com a presença do escritor homenageado, Fabrício Carpinejar, que colaborou com a doação de exemplares de sua autoria. O autor também conheceu as dependências do instituto e conversou com os detentos.
Segundo a diretora do IPG, Janaína Guntzel, Carpinejar foi convidado por tratar em seus textos as adversidades da vida com bom humor. “Acredito que o livro pode mudar a vida de uma pessoa, mesmo que ela, inicialmente, apenas o folheie, já vale a pena”, comentou a diretora.
O ato teve apoio da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e Unilassale, além de contar com autoridades do município e representantes do Departamento de Tratamento Penal da Susepe, que entregaram exemplares do livro “Vozes de um Tempo”, obra conjunta confeccionada por apenados.
O Instituto Penal de Gravataí continua aceitando outras doações de livros. Para doar, basta entrar em contato pelo (51)3488-1980.
Arte, leitura e grafite
Durante o evento, também ocorreu o projeto Arte Liberta, que consiste em levar cor e arte para os presídios por meio de grafites, humanizando os locais de convivência. O Arte Liberta, que já passou por diversos presídios do Estado, é coordenado pela Assessoria de Direitos Humanos da Susepe, e conta com o apoio do grupo Núcleo Urbanóide e Tintas Coral.
De acordo com Guntzel, o estabelecimento penal, além de todas as ações de incentivo à cultura e leitura, também recebeu reformas recentemente. Pintura integral, instalação de três ares condicionados nas áreas administrativas (doados pelo Consepro - Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública) e colocação da primeira placa de identificação são algumas delas. “Todas as ações visam a melhoria do ambiente, o que contribui para a ressocialização”, relatou.
No IPG, dos 58 apenados, apenas oito não possuem trabalho.
Texto: Caroline Paiva
Edição: Redação Secom