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Importância estratégica do setor de semicondutores é tema no RS Innovation Stage

Dois painéis discutiram o assunto na tarde desta sexta-feira (31)

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Painelistas discutiram estratégias para tornar o Brasil um player mundial na área - Foto: Ascom Sict

A importância estratégica do setor de semicondutores para a economia gaúcha e o desenvolvimento do Estado foi tema de dois painéis na tarde desta sexta-feira (31/3), no RS Innovation Stage. O palco do governo no South Summit Brazil ficou lotado para acompanhar as discussões, que abordaram a reversão da liquidação do Centro Nacional de Tecnologia Avançada (Ceitec) e o tamanho da indústria de semicondutores brasileira e global.

O primeiro painel foi intitulado “O futuro do Ceitec” e teve mediação do professor de microeletrônica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ricardo Reis, que apresentou o tamanho do setor dentro da economia global. Ele afirmou que o tesouro brasileiro investe dez vezes menos na indústria eletrônica do que no agronegócio, o que representa 0,05% do Produto Interno Bruto (PIB). Também participaram da discussão o professor da UFRGS Sério Bampi, o ex-secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado e professor de Gestão do Conhecimento na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), Adão Villaverde, e o professor Augusto Cesar Gadelha – que foi confirmado, em fevereiro deste ano, como novo gestor do Ceitec.

Para Gadelha, é preciso entender a importância do setor de semicondutores dentro do contexto global. “Assim, teremos a capacidade de compreender o que eles são e quais são seus potenciais, a fim de se construir uma maior autonomia dentro do país e nos tornarmos um player mundial no setor”, afirmou o professor.

Conforme Villaverde, o tema é estratégico para o Brasil em questões geopolíticas, uma vez que a produção atual é concentrada no Pacífico Leste. O fato de o tema não ser novo aos brasileiros e a fábrica do Ceitec ser a única da América Latina com capacidade de produção de microchips coloca o país em vantagem e em condições de ser um player global.

Villaverde lamenta que a liquidação do Centro Nacional tenha interrompido o movimento ascendente da empresa. “O recente processo de liquidação do Ceitec não compreendeu a curva de aprendizado da área de semicondutores, que não adquire maturidade em menos de dez anos”, observou o professor da PUC. A produção nacional do Ceitec seria voltada para “chips maduros”, conforme definição de Villaverde, o que não competiria com a produção de outras empresas do setor de tecnologia. “O Ceitec buscaria um mercado específico”, explicou.

Investimento em recursos humanos

Para desenvolver o setor de semicondutores, é necessário investir em recursos humanos qualificados para atuarem na área. Nessa perspectiva, o segundo painel, mediado pelo Superintendente de Inovação da PUC/RS, Jorge Audy, abordou o segmento e a cadeia de valor de semicondutores, partindo da experiência de três empresas com base no Rio Grande do Sul, representadas por diretores de cada uma: Edelweiss Ritt, da HT Micron, Julio Leão, da EnSilica, e Guilherme Breier, da Impinj.

Edelweiss destacou que o desenvolvimento da área exige aportes financeiros. “Não existe indústria de semicondutores sem investimento”, resumiu a diretora da HT Micron, que é uma empresa brasileira criada por meio de joint venture com a sul-coreana Hana Micron. Leão, da EnSilica, iniciou a fala mostrando o tamanho do mercado global e explicando que, no Brasil, o setor trabalha no desenvolvimento de software, em projetos, encapsulamento e testes (caso da HT Micron).

Audy encerrou o painel destacando que todos os diretores presentes no palco trabalharam no Ceitec. “Será que teríamos esses diretores aqui sem o Centro? Esse é o tipo de empresa de altíssimo conhecimento”, finalizou o diretor.

Texto: Cândida Schaedler/Ascom Sict
Edição: Secom

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