Homengem da maçonaria ao pai da governadora em Caxias do Sul
Publicação:
Senhor Grão-Mestre, presidente desses trabalhos, nosso anfitrião, as autoridades da mesa, autoridades da maçonaria, da igreja católica, do Judiciário, da prefeitura, da Assembléia Legislativa, todas as autoridades do Rio Grande do Sul, todos que vem a 113º reunião desta parte maçônica do nosso território. Ao ouvir toda a história ligada à maçonaria do meu pai, eu me lembro de toda a história do meu pai. De alguma maneira alguns eventos nos guiam a vida. A minha vida foi guiada por uma casa, por um lar, onde os valores eram aqueles que ditavam o passo, e cada passo ia escrevendo o caminho. Era uma casa de valores ditados pela minha mãe Silvia, pelo meu pai Francisco, entre os seis irmãos que fomos, mas eu, de alguma maneira, fui privilegiada. Eu nasci no dia 26 de julho, de 1944, 33 anos celebrava o meu pai nesse dia, meu pai nasceu em 26 de julho de 1911. Coincidência, como diz a minha saudosa mãe. Eu era a quarta dos seis filhos. O meu pai, os senhores e as senhoras puderam ver, era um homem muito alto, elegante, magro, aparentemente sempre sério, mas com um fino senso de humor, e a minha mãe pequeninha, 1m50cm, ele maçom, ela anarquista, italiana anarquista. Eles educaram os homens em colégio de padre e as mulheres em colégio de freira. Com isso, a pluralidade, o gosto e a propensão pela evolução do ser humano, através do conhecimento, sempre foi o principal valor que me guiava. É claro que naquele tempo - e ele está nos observando agora - durante os meus aniversários a festa era para o meu pai, meu mestre, meu mestre sério. Pela minha casa passavam homens sérios e eu pequena ainda. O meu pai fez o seu caminho até São Paulo, em São Paulo encontrou Silvia, fizeram a sua família, voltaram a Belo Horizonte, lá tiveram os dois filhos mais novos. Da mesma maneira como no Brasil, mas principalmente no Rio Grande do Sul, se entende, e cada passo vai escrevendo o caminho, e o caminho nos leva ao local de realização pessoal completa. Assim estou eu aqui, na minha realização pessoal mais completa, seguindo o exemplo de um lar, de uma casa. O meu pai morreu com 71 anos de idade, sem casa própria. Morreu passando por todas as crises brasileiras, e passavam pela nossa casa os grandes políticos brasileiros. Aquilo me apontava que a ordem, no caso a ordem maçônica, importava. Ela era consultada nos grandes momentos políticos pelos quais o país passava, ali naquela média cidade chamada de São Paulo. Portanto, política era o cotidiano também da minha casa, com opiniões polares, mãe e pai, e os filhos tendo a liberdade de decidir a sua opção, o seu passo e o seu caminho, desde que eles fossem guiados por valores. E assim todos fomos criados, e os passos me trouxeram para o Rio Grande do Sul.