História da lavoura de arroz é contada através de máquinas
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O resgate da história do arroz irrigado no Rio Grande do Sul e no mundo ganhou espaço de destaque na 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que acontece até este domingo (2), na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha (RS). Três ações importantes estão sendo desenvolvidas: a 1ª Exposição de Máquinas e Equipamentos Antigos, representação da lavoura antiga junto à vitrine tecnológica, com um rancho de taipa, equipamentos rudimentares e o funcionamento de trilhadeiras e tratores antigos, e uma exposição que conta a história do arroz através dos tempos e apresenta o projeto de construção do Memorial Alberto Bins, na Estação do Arroz. Segundo o coordenador da exposição, o gerente regional do Irga na Depressão Central, Jaceguay Barros, cerca de 50 implementos agrícolas, e máquinas de irrigação, colheita e processamento do arroz, estão sendo expostos. Em frente ao laboratório de solos, com grande afluência de público, são apresentados desde equipamentos de tração animal ou uso manual, até colheitadeiras, trilhadeiras, motores de puxar água, locomóveis e máquinas de engenho, em madeira. Destacam-se nesta exposição, locomóveis e equipamentos com mais de um século de fabricação, máquinas de limpeza com caixa de madeira, tocadas a manivela, e grades de tração animal importadas.Também pode ser avaliada a evolução dos tratores através dos últimos 80 anos, bem como, das colheitadeiras, desde os tempos das máquinas de corte e trilhadeiras. Barros explica que esta mostra é a precursora de um projeto maior, que visa a valorização e o resgate destes equipamentos pelos produtores e as instituições. Muitos produtores doaram os equipamentos da exposição para o Irga, que deverá recuperar o acerto e manter em exposição em sua estação de pesquisas. Alguns produtores, a partir do contato do instituto, resolveram que vão reformar os equipamentos e mantê-los em boas condições. “Isso é muito bom, precisamos resgatar a memória da lavoura de arroz e preservá-la, este é o objetivo do Irga, da Federarroz e da 18ª Abertura Oficial da Colheita, impedindo que muito desta memória acabe em ferros-velhos, como vem ocorrendo”, explica. Ainda segundo o gerente regional do Irga na depressão Central, região pioneira no cultivo do arroz no Rio Grande do Sul e de onde vêm quase 90% dos equipamentos expostos em Cachoeirinha, é gratificante ver os arrozeiros mais antigos explicando para os filhos e os netos a função dos equipamentos nas lavouras mais antigas e a forma de utilização de cada um deles. “Temos aqui uma aula de história da lavoura, contada pelos seus próprios agentes”, destaca. A lavoura através dos tempos é coordenada por Fernando Motta, funcionário do Irga em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, que conta com o importante apoio da equipe da Estação Experimental, que participam caracterizados com trajes de época.