Na próxima segunda-feira (2), às 10h, o governador Germano Rigotto sanciona lei de autoria do deputado Bernardo de Souza (PPS) que declara o Jardim Botânico da Fundação Zoobotânica do RS bem integrante do patrimônio cultural do Estado. O evento ocorre no Jardim Botânico, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente. A sanção da lei permite ao Jardim Botânico beneficiar-se das leis de incentivo à cultura (federal, estadual ou municipal), para eventuais projetos de preservação e restauração de seu patrimônio. Também estimula a iniciativa privada para o desenvolvimento de projetos no parque, além de oferecer suporte a possíveis ações do Ministério Público na proteção desse patrimônio. Na mesma ocasião, o governador participará da inauguração do Laboratório de Análise de Substrato do Jardim Botânico. Substrato é o nome dado a uma mistura de componentes de origem orgânica e/ou inorgânica usados na produção vegetal em substituição ao solo. A finalidade do laboratório é a análise das principais propriedades físicas e químicas de substratos usados por produtores de mudas dos segmentos de ornamentais, hortifrutigranjeiros, plantas medicinais e plantas industriais, como fumo e algodão. De acordo com o diretor do Jardim Botânico, José Fernando Vargas, o laboratório está sendo implantado devido à insuficiência, no Brasil, de laboratórios que prestem serviço nessa área. Diagnóstico recente aponta uma demanda emergente por este serviço, que requer aplicação de conhecimento de ponta, afirma. Sobre o Jardim Botânico É um dos mais completos do país. Conforme classificação do Ministério do Meio Ambiente (Portaria nº 44, de 23 de agosto de 2002), está entre os cinco melhores do país. Destacou-se, na classificação, principalmente pela sua produção de mudas, com 150 espécies diferentes, e pela organização de sua coleção, pois cerca de 90% de suas plantas encontram-se totalmente catalogados. - Aberto à visitação pública em 10 de setembro de 1958. - Extensão: 41 hectares - Coleções: cerca 1,4 mil espécies e 8 mil exemplares, divididos entre o arboreto e as coleções especiais (bromélias, orquídeas, cactos, begônias, lírios, íris, samambaias, entre outras). Todos os exemplares estão catalogados. - Arboreto: constituído por cerca de 3 mil exemplares plantados no parque, distribuídos em 25 áreas, representando 650 espécies da natureza. - Coleções especiais: cerca de 5 mil plantas envasadas, distribuídas em 11 coleções, representando 773 espécies. - Viveiro: 150 espécies diferentes de mudas disponíveis para venda, entre medicinais, paisagísticas e nativas. - Banco de sementes: Analisa e pesquisa sementes, na busca de tecnologias para o seu armazenamento, beneficiamento, germinação e propagação, contribuindo para a preservação do material genético da flora local. - Visitação: de terças a domingos, das 8h às 17h - Ingressos: R$ 1 (adultos) e R$ 0,5 (estudantes), somente nos sábados, domingos e feriados. Até 12 anos, não paga. - Informações: (51)3320-2027 / (51)3320-2024 ? jbotanico@fzb.rs.gov.br Trechos do Projeto de Lei 187/2001: (...) C) O OBJETIVO DO PRESENTE PROJETO DE LEI 7. Este projeto de lei pretende uma formal declaração de que o Jardim Botânico de Porto Alegre integra o Patrimônio Cultural do Estado, reconhecendo- o, não como um simples parque com coleções de plantas exóticas e indígenas, mas, como uma instituição voltada para a pesquisa Botânica, dotada de infra- estrutura capaz de evitar a dispersão de recursos naturais, dotando o Estado de um centro de pesquisa em Botânica , com inquestionável significado histórico, cultural e ambiental. (...) F) O PATRIMÔNIO NATURAL DO JARDIM BOTÂNICO DE PORTO ALEGRE 17. O Jardim Botânico de Porto Alegre, órgão da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, localizado na zona urbana da capital, é uma área protegida contendo exemplares de grande parte da vegetação nativa da região, é uma unidade de conservação de uso direto que faz parte do SEUC- Sistema Estadual de Unidades de Conservação. 18. Conta atualmente no seu arboretum com 690 espécies registradas, mais de 2.500 exemplares distribuídos em 25 coleções arbóreas que representam todas as formações florestais do Estado. 19. Realiza, ainda, conservação in situ , da flora autóctone da cidade de Porto Alegre, protegendo tipos de vegetação que fora do Jardim Botânico, foram totalmente descaracterizados pelo crescimento urbano, como é o caso dos butiazais e dos campos rupestres dos morros graníticos do Município. A conservação ex- situ vem recebendo impulso nestes últimos anos, também através do Programa Pró- Guaíba, para o resgate de espécies endêmicas do Rio Grande do Sul.