Fepam alerta para poluição do Rio Mampituba
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Uma equipe da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) instalou hoje à tarde (7) uma placa indicativa de local impróprio para banho na foz do Rio Mampituba, em Torres, divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A operação foi acompanhada pelo prefeito de Torres, José Batista Milanez, e pelo oceanógrafo e geólogo Geraldo Medeiros Silva, da organização não-governamental Onda Verde. O geólogo da Fepam Nilo Sérgio Fernandes Barbosa explicou que apenas o Rio Mampituba não apresenta condições para banho, o que não afeta a qualidade das águas das praias de mar do município de Torres, como a praia dos Molhes O representante da ONG Onda Verde salientou que os maiores problemas são as construções irregulares e os despejos clandestinos de esgotos nos rios e na rede pluvial. No Mampituba, isso é muito grave, disse. Nos 17 quilômetros de praias em Torres (Praia dos Molhes, Praia Grande, Prainha, Praia da Cal, Guarita, Praia de Fora, Itapeva, Real, Webber, Riviera, Castelinho e Paraíso) não há problemas. No entanto, ele cobra providências oficiais, uma vez que a ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) coleta apenas 60% do esgoto da zona urbana da cidade de Torres. O prefeito José Batista Milanez ressaltou que trabalha junto com a Corsan. Lembrou que no final do ano passado, exames da Fepam constaram mais de 16 mil coliformes fecais por 100 mililitros de água. Hoje, depois da entrada em funcionamento da ETE, a contaminação está em 1.600. Uma melhora fantástica, mas ainda há muito a fazer, reconhece. Explicou, porém, que a responsabilidade sobre o Mampituba não é só de Torres. Há os municípios vizinhos (Passo de Torres e Praia Grande, em Santa Catarina, e Mampituba e Morrinhos do Sul, no Rio Grande do sul) que não têm nenhum tipo de tratamento de esgotos. Análises De acordo com o Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) a água é imprópria para banho quando houver mais de 1.000 (1 mil) coliformes fecais por 100 mililitros de água detectados em duas de cinco coletas, ou, ainda, se em uma amostra houver mais do que 2.400 coliformes. A contaminação da água pode resultar em moléstias gastrointestinais e da pele, principalmente. Atinge com maior intensidade crianças, idosos e pessoas com baixa resistência imunológica. As séries históricas de análises realizadas pela Fepam na foz do rio Mampituba sempre mostraram altos índices de contaminação. Isso levou a Fundação a considerar a foz como sendo uma área permanentemente imprópria para banho. No veraneio de 2002/2003 as coletas foram encerradas após cinco delas terem apontado quatro resultados de 1.600 e um de 16 mil (dezesseis mil) coliformes fecais por 100 mililitros de água. O pico aconteceu entre 21 e 23 de dezembro de 2002.