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Estado ganha fundo de investimento em bioenergia

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Com o apoio da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, a PTZ Bioenergy e as empresas holandesas BTG Biomass Technology Group e BioHeat International realizam nesta terça-feira (18), o Seminário Internacional de Lançamento do Fundo de Investimentos em Bioenergia. O evento será no Hotel Sheraton, das 13h30min às 18 horas. O seminário vai apresentar a consolidação do plano do Fundo de Investimentos em Bionergia, desenvolvido entre as empresas do Brasil e Holanda, através de um modelo inovador para promover o desenvolvimento do uso da bioenergia em empresas privadas, com sistema de parceria que garante o alto retorno para ambas as partes. O Fundo propõe o uso de tecnologias consolidadas e tradicionais, as quais geram modelos de negócios sem riscos tecnológicos e com alta taxa de retorno para as empresas que detêm biomassa. Todos os projetos aprovados pelo Fundo terão garantia de negócios dos créditos de carbono pelo maior preço atualmente pago no mercado brasileiro. Durante o evento, ainda, será efetuado o pagamento real dos créditos de carbono referente à operação UTE Itaqui, da Camil Alimentos, de 4.2 MW de potência instalada. Trata-se do primeiro pagamento em dinheiro no segmento agroindustrial brasileiro. A termelétrica, que opera a partir da queima de cascas de arroz, é um projeto da PTZ, com estudo de carbono e trading efetuados pela PTZ Bioenergy e BioHeat International. O Seminário Internacional de Lançamento do Fundo de Investimentos em Bioenergia conta com o apoio da Secretaria Estadual de Energia, Minas e Comunicações e do Netherlands Business Support Office. Investidores Conforme a coordenadora de Energias Renováveis da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, Jussara Mattuela, o Brasil é, atualmente, o segundo país no ranking de projetos com direito a receber o benefício dos créditos de carbono - projetos que são validados pelo Conselho Executivo na Organização das Nações Unidas (ONU), que trata do Protocolo de Kyoto. Ela informa que existem atualmente 71 empreendimentos indianos e 48 brasileiros na lista de espera pela validação. A imprensa holandesa chama o Brasil de Meca dos créditos de carbono e o Rio Grande do Sul é considerado a principal porta de entrada para este mercados, informa o diretor da PTZ Bioenergy, Ricardo Pretz. O Estado apresenta boas condições para o aproveitamento de créditos de carbono através da implantação de termelétricas alimentadas com resíduos de madeira e com casca de arroz. O secretário de Energia, Minas e Comunicações, José Carlos Elmer Brack, afirma que o governo tem interesse em desenvolver a geração de energia proveniente de fontes alternativas. A idéia é que o Estado faça a ligação entre o investidor privado e as oportunidades criadas pelos créditos de carbono, afirma, citando que projetos nesta área implicam em ganhos sociais. Um exemplo, segundo ele, é a iniciativa de produzir biogás a partir do metano, obtido por meio do tratamento dos dejetos provenientes da criação de suínos. O município de São Pedro do Butiá, na região de Cergo Largo, será o pioneiro do projeto de biogás, com um projeto envolvendo 70 produtores rurais e 105 mil suínos. O financiamento que viabilizará o empreendimento será proveniente da empresa Hamburgo Investimentos. Como funcionam os créditos de carbono - O Protocolo de Kioto (Japão), de 1997, determina que quem polui o meio ambiente deve assumir financeiramente as conseqüências disso. Assim, quem mais poluiu desde a Revolução Industrial (os países que hoje são chamados de desenvolvidos) deverá pagar pelos prejuízos causados ao ambiente, ou compensar essa falta investindo, por exemplo, na recuperação e manutenção de áreas verdes, cuja maior parte ainda está nos países pobres e em desenvolvimento, ou na geração das chamadas energias limpas. Desta compensação é que surgem os créditos de carbono. - Para amenizar o pagamento desta alta dívida com o meio ambiente, o Protocolo de Kioto disseminou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e das Certificado de Emissão Reduzida (CERs). O objetivo do MDL é a busca de alternativas de tecnologias limpas (não-poluidoras) para, por exemplo, a geração de energia, reduzindo as emissões de CO2 na atmosfera. Há também os projetos voltados para a área florestal, que devem ajudar a diminuir o CO2 presente na atmosfera pela absorção feita pela vegetação através da fotossíntese. É o que se chama de “seqüestro do carbono”. - Para entender o que significam o MDL e as CERs é preciso ter clara a divisão existente entre os países, e que ficou estabelecida no Protocolo de Kioto. Eles estão separados em dois grupos: os que precisam reduzir suas emissões de poluentes e aqueles que não estão obrigados a tais reduções. O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento que não precisam diminuir suas emissões de dióxido de carbono, pode vender essa redução através dos créditos de carbono conseguidos com as CERs. - A Holanda é um dos 39 países que estão obrigados pelo Protocolo de Kioto a reduzir, de 2008 a 2012, emissões de dióxido de carbono (CO2) o mais nocivo de todos os gases de efeito estufa, e outras substâncias nocivas a um índice 5,2% menor do que o índice global registrado em 1990. Para tanto, a Holanda prevê o investimento de 400 milhões de euros em créditos de carbono. O que são créditos de carbono - O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor este ano, impõe a redução das emissões de seis gases causadores de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta: CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico), CH4 (metano), protóxido de nitrogênio (N20) e três gases flúor (HFC, PFC e SF6). Ele também impõe um sistema de créditos de carbono pelo qual os países podem compensar suas emissões de gases poluentes, causadores do efeito estufa, pagando a outros países em desenvolvimento que têm projetos de energia renovável e áreas de manejo ambiental. - O tratado também cria o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um sistema de créditos de carbono pelo qual os países podem compensar suas emissões de gases pagando a outros países em desenvolvimento que têm projetos de energia renovável e áreas de manejo ambiental. Programação do Seminário 13h30min – Abertura 14 horas – “Propósitos e objetivos do Fundo de Investimentos em Bioenergia”, com René Venendaal, diretor da BTG Biomass Technology Group 14h45min – “Condições e características do Fundo de Investimentos em Bioenergia”, com Geert de Haas, Investment Manager 15h30min – Coffee-break 15h50min – “Viabilidade de projetos, mercado de carbono e valor agregado dos resíduos industriais”, com Ricardo Pretz, diretor da PTZ Bioenergy 16h30min – “Negócios de carbono”, com René Venendaal, da BioHeat International 17h10min – “Cerimônia de pagamento dos créditos de carbono à Camil”, com participação de Luciano Quartiero, diretor da Camil Alimentos S.A. 18 horas - Encerramento A inscrições gratuitas podem ser feitas através do site da PTZ (www.ptz.com.br) ou pelos telefones 51 3028 7858 e 3028 7857.
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