Estado apresenta metas para duplicar o número de transplantes em 2010
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Até o final do ano, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria Estadual de Saúde, faz a projeção de duplicar o número de transplantes de órgãos e tecidos no Rio Grande do Sul. Com isso, o RS voltaria a ter a maior taxa de procedimentos. Para isso, uma série de medidas foi definida pela Central de Transplantes do Estado. Entre elas, o incentivo financeiro a hospitais para a notificação de possíveis doadores e a criação de organizações descentralizadas em todo o Rio Grande do Sul para a procura de órgãos. Em 2009, foram registrados no RS 1.254 transplantes. Este ano, o objetivo é chegar próximo dos três mil.
O plano de ação foi apresentado na semana passada no Seminário Estadual de Transplantes, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari. O Rio Grande do Sul é o terceiro estado do Brasil com maior índice de transplantes, com uma taxa de 112,4 procedimentos para cada milhão de habitantes. São Paulo e Paraná ocupam hoje as duas primeiras posições no país, com índices de 227,2 e 137,1 respectivamente.
A meta definida é de que, até maio deste ano, o número de captações de órgão seja ampliado em 30% e, até dezembro, em 70%. Nos transplantes de órgãos e tecidos, a projeção é aumentar em 50% até junho e 100% até dezembro. Essas medidas ajudarão o Estado a diminuir o número de pessoas na fila pela espera de um órgão, que hoje é de mais de 3 mil pessoas.
Uma das ações para aumentar o número de transplantes é um incentivo de R$ 2 mil para os hospitais por doador efetivo de múltiplos órgãos. Os recursos são originários do Programa Estruturante Saúde Perto de Você e deverão ser utilizados para a melhoria da estrutura e capacitação das equipes de transplantes das casas de saúde. Espera-se que isso leve os hospitais a informarem mais casos de possíveis doadores. Em 2009, foram realizadas apenas 356 notificações de morte encefálica, enquanto o estimado é que tenha acontecido cerca de 1,3 mil. A gratificação é um acréscimo aos repasses que os hospitais recebem para a realização dos procedimentos de doação e implantes.
Organizações de Procura de Órgãos (OPOs)
O seminário também apresentou a proposta feita pela Secretaria Estadual ao Ministério da Saúde para a criação das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). A iniciativa - que aguarda a resposta do governo federal e deve entrar entrar em funcionamento em maio - prevê formação de estruturas em hospitais para a contratação de médicos que ficarão responsáveis pela vigilância nas UTI de casos de morte encefálica. A proposta é que sejam seis hospitais estratégicos (escolhidos de acordo com a distribuição geográfica e número de internações em UTI), que serão sedes para outros próximos.
Ao todo, a rede será de 41 hospitais, com média de 6 mil internações por ano, cobrindo todas as casas de saúde que possuem UTIs II e III. As OPOs serão localizadas em Porto Alegre (na Santa Casa e na PUC), em Canoas, Passo Fundo/Caxias do Sul, Santa Maria e Pelotas.