O primeiro dia do V Encontro de Pecuaristas de Campo Nativo do Cone Sul da América do Sul e III Seminário O Pampa e o Gado reuniu o dobro de inscritos da última edição: 350 pessoas. O evento começou na manhã desta quinta-feira (27) e se estende até sábado (29), no Sindicato Rural de Lavras do Sul.

Pecuaristas da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai dialogam para fortalecer a aliança de criadores de gado que buscam aliar a atividade com a preservação do Bioma Pampa, presente no território dos quatro países. O evento é uma promoção da Alianza del Pastizal, que propõe diálogo e ações conjuntas.

O biólogo Pedro Develey, da ONG Save Brasil, lembra o pampa reúne mais de 400 espécies de gramíneas. Somente em Lavras do Sul, em uma rápida expedição, 144 espécies de pássaros foram identificas. Neste bioma, plantar árvore não é sinônimo de preservação. Substituir essa riqueza por espécies exóticas não tem sentido. É um bioma bom para o gado, para o criador e para a biodiversidade, disse.

A pesquisadora da UFRGS, Aline Kellermann de Freitas, apresentou um estudo onde afirma que a carne do gado alimentado no campo nativo tem mais qualidade que a do animal confinado. Outra pesquisa mostra que o manejo correto pode garantir ganho de peso do gado.

A presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), Arlete Pasqualetto lembra que o programa RS Biodiversidade, do Governo do Estado, pensa no desenvolvimento regional com a preservação do meio ambiente. A proposta de criar um selo de qualidade da carne gerada no pampa se enquadra na proposta de desenvolvimento sustentável, disse.

Para a secretária do Meio Ambiente, Jussara Cony, essa articulação é fundamental para o fortalecimento do Mercosul buscando outro tipo de desenvolvimento, disse. A titular da pasta salienta que a proposta da Alianza del Pastizal mostra que o desenvolvimento não precisa ser predatório e a natureza ser um problema. É o exemplo de integração do homem com a natureza, disse.

Também estavam presentes na abertura do evento representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA), Ministério do Meio Ambiente, Ibama e Emater.

Texto: Daniel Hammes
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305