No último dia de viagem da Missão Governamental à Alemanha, nesta terça-feira (21), em Frankfurt, a delegação gaúcha coordenada pelo governador Olívio Dutra procurou atrair investimentos estrangeiros na área da energia eólica para o Estado. Diante do convite do governador para visitar o RS, os alemães confirmaram que virão em etapas, em setembro e em outubro. No dia 4 de setembro, o presidente do Instituto Alemão de Energia Eólica, Jens Peter Molly, estará no Estado para acompanhar o lançamento oficial do Mapa Eólico do Rio Grande do Sul. Em outubro, provavelmente no dia 15, uma comitiva de empresários vinculados à Federação Alemã de Indústrias de Máquinas e Instalações visitará áreas em distritos industriais nas quais poderão implantar parques eólicos. Pela manhã, na sede da Federação Alemã de Indústrias de Máquinas e Instalações, a secretária de Energia, Minas e Comunicações, Dilma Rousseff, fez uma apresentação sobre as oportunidades de investimento na geração de energia eólica e na produção de aerogeradores e demais equipamentos no RS. Os anfitriões - os diretores da Federação, Thorsten Herdan, Gerd Kriegger, Martus Hering, Thorsten Kuhmann, Klaus Peter Kunh-Münch e Gabriele Welcker, e o presidente do Instituto Alemão de Energia Eólica, Jens Peter Molly - mostraram-se impressionados com o potencial eólico do RS e indagaram a respeito dos benefícios oficiais para eventuais investimentos alemães em energia alternativa. A secretária destacou este elevado potencial de ventos no RS (com índices de 15.840 MW em terra firme e de 18.520 MW sobre lagoas) e demonstrou o quanto o Estado pode contribuir para a consolidação do uso dessa fonte limpa e renovável de energia, estratégica para o desenvolvimento sustentável. Dilma assinalou que a dimensão eólica do Rio Grande do Sul se destaca quando comparado com os potenciais dos estados do Ceará e do Paraná (únicos mapas eólicos disponíveis até o momento), e o do Brasil como um todo. E acrescentou que, além desse diferencial, o RS possui uma extraordinária vantagem comparativa, expressa na extensão de suas redes de transmissão e distribuição de energia elétrica que cobrem o conjunto do seu território, em especial as principais áreas com elevado potencial eólico. A secretária explicou que disto decorre a possibilidade do Governo do Estado, coerente com seu programa de incentivo a novos investimentos, oferecer parcerias estratégicas entre a CEEE e possíveis empreendedores, assegurando as condições necessárias para que os parques eólicos que venham a ser construídos tenham as melhores condições possíveis de integração aos sistemas de transmissão e de distribuição de energia elétrica do Estado. Dilma ressaltou, ainda, a existência de excelente infra-estrutura no Estado, tais como estradas, portos, aeroportos, telecomunicações, acessos e logística. Acrescentou que o Estado do Rio Grande do Sul possui elevado nível de industrialização e conta com empresas de engenharia, de construção e de consultoria capazes de desenvolver as atividades relacionadas com a instalação de parques eólicos. Isenções A secretária lembrou que está em vigor a isenção do imposto de competência do Estado sobre o valor adicionado (ICMS) incidente sobre os aerogeradores, sejam eles adquiridos internamente (no Brasil), sejam eles importados através de portos localizados no Rio Grande do Sul. O mesmo benefício alcança outros equipamentos ou instalações importadas para integrarem os parques eólicos, desde que não possuam similar produzido no Estado. A energia elétrica produzida pelos parques eólicos e destinada às concessionárias de distribuição também goza de benefício do não pagamento do mencionado tributo (ICMS). Como conclusão, Dilma reforçou que há extraordinárias vantagens comparativas na instalação de parques eólicos no Rio Grande do Sul, pois os custos de capital (US$/kW instalado) e da energia produzida (US$/MWh) podem ser mais baixos no RS do que na maioria das outras áreas promissoras do País, além da estratégica integração ao maior mercado consumidor do País. Candiota À tarde, o governador encontrou-se com o vice-presidente Executivo da Steag AG, Marc Grünewald, e o vice-presidente Sênior da empresa para Europa e América Latina, Artur Wehrum, quando tratou do investimento do grupo no RS. O Grupo Steag lidera o empreendimento da Usina Termelétrica Seival, a carvão mineral, do tipo boca-de-mina, que será construída no município de Candiota, situado a 400 km de Porto Alegre, e está projetada para funcionar com potência de 542 MW. Os investimentos totais atingem cerca de US$ 800 milhões. Modelo No último encontro da agenda, com o presidente da Câmara de Indústria Comércio de Frankfurt (IHK), Wolf Klinz, e os diretores Monika Holzmann e Walter Engelmann, o governador discorreu sobre o apoio do Governo do Estado às exportações das pequenas e médias empresas, a estratégia de desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul, a situação atual do fluxo de comércio Rio Grande do Sul/Alemanha e o cooperativismo no Estado. O governador também conversou sobre temas como a atual situação política internacional, as eleições no Brasil e, especialmente, sobre o modelo político implantado no RS, que tem atraido a atenção dos alemães. Às 22h05, no horário alemão, a delegação embarcou para Porto Alegre, onde tem chegada prevista para amanhã (22), às 8h30.