Em Brasília, Leite apresenta Programa RS Seguro como referência nacional em política pública de segurança
Governador destacou virada de jogo com redução recorde de criminalidade em seminário no Instituto de Direito Público (IDP)
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O governador Eduardo Leite apresentou, nesta quarta-feira (8/10), o Programa RS Seguro como exemplo de política pública bem-sucedida na transformação do cenário de combate ao crime e de proteção à população. A iniciativa foi detalhada durante palestra no seminário sobre segurança pública realizado na sede do Instituto de Direito Público (IDP), na Asa Sul, em Brasília. O evento foi promovido pelo Observatório de Segurança Pública e Cidadania da América do Sul e pelo MBA em Segurança Pública do IDP.
A abertura do seminário contou com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes; do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Raul Jungmann; da representante da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) Telma Teixeira; e do tenente-coronel Franklin Epiphanio, da Polícia Militar do Mato Grosso, que é docente do MBA em Segurança Pública do IDP.
Ciência de dados
Durante sua exposição, Leite apresentou os principais resultados do RS Seguro, implementado em 2019 e estruturado em quatro eixos: combate ao crime, políticas sociais preventivas, qualificação do atendimento ao cidadão e aprimoramento do sistema prisional. Ele destacou que a política foi construída com base em ciência de dados e estatísticas criminais, permitindo um foco territorializado nas regiões com maior incidência de delitos.
“O RS Seguro é fruto de uma estratégia baseada em dados e gestão. Mapeamos os locais onde o crime mais se concentrava e levamos para lá a força do Estado, não apenas com polícia, mas com políticas sociais, investimentos em tecnologia e presença efetiva do poder público”, afirmou o governador.
Segundo Leite, o modelo de governança do programa permite o acompanhamento constante dos indicadores de criminalidade, com participação direta das autoridades locais. “Não tem mágica. É análise de dados, foco e rotina. A reunião com o governador é um motivador para garantir que as reuniões anteriores aconteçam, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e demais instituições. Isso cria um espaço para compartilhamento de boas práticas e planejamento de medidas para atacar a evolução de crimes desde a sua menor inflexão”, destacou.
O governador ressaltou ainda que o programa alia firmeza no enfrentamento do crime à responsabilidade social, rechaçando práticas violentas como as chamadas políticas de “tiro, porrada e bomba”.

“Ser firme contra o crime não significa agir fora da lei. É possível combater com rigor, mas dentro dos padrões da atuação policial e com o devido respeito aos direitos. A força do Estado deve ser usada com inteligência e sensibilidade social, porque aonde o Estado não chega, o crime ocupa espaço”, enfatizou.
Leite também apresentou os resultados obtidos pelo programa, que já garantiu reduções expressivas nos principais indicadores criminais do Rio Grande do Sul:
- queda de mais de 50% nos homicídios,
- 80% nos roubos a pedestres
- e quase 90% nos roubos de veículos.
O Estado também investiu em tecnologia, armamentos, viaturas e reposição de efetivo, sendo Leite o primeiro governador em mais de uma década a encerrar o primeiro mandato com mais policiais do que no início da gestão.
Sistema prisional e atuação coordenada
Outro eixo destacado foi o da transformação do sistema prisional. O governador lembrou o investimento de R$ 1,3 bilhão em novas vagas e requalificação de estruturas, incluindo a reconstrução total do antigo Presídio Central de Porto Alegre, antes considerado o pior da América Latina.
“O que fizemos foi uma verdadeira reestruturação do sistema prisional. O antigo Presídio Central foi demolido e substituído por uma nova cadeia pública moderna, que oferece condições dignas e segurança efetiva. É uma transformação que reduz a influência das facções e permite que o Estado volte a ter controle sobre o sistema”, explicou.
Leite também defendeu uma atuação mais coordenada em nível nacional, com reforço do efetivo das polícias federais e melhor integração entre as forças estaduais e federais. “O crime não respeita divisas. É fundamental que o governo federal lidere um processo de coordenação, com investimentos, inteligência e compartilhamento de dados”, afirmou.
O governador esteve acompanhado no evento pelo chefe de gabinete, Euclides Neto, e pelo procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
Programação
A programação do seminário também contou com um segundo painel, com a participação do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, e da diretora de Políticas de Prevenção Social à Criminalidade para a Juventude da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Ana Carolina Gonçalves Ferreira.
Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom