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Desonerações fiscais concedidas pelo governo Eduardo Leite após as enchentes movimentaram R$ 1,7 bilhão na economia gaúcha

Receita Estadual concedeu uma série de incentivos tributários para apoiar retomada das atividades e para preservação de empregos

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Secretaria da Fazenda
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Uma das principais frentes de apoio imediato à recuperação das empresas atingidas pelas enchentes de 2024, as desonerações fiscais concedidas pelo governo Leite movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão entre isenções, reduções de alíquota e manutenção de créditos de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 

As informações estão em balanço inédito divulgado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), que detalha os valores, o número de empresas atendidas e o volume de operações vinculadas aos benefícios tributários. Somando todas as desonerações concedidas às empresas gaúchas, os incentivos chegaram a quase meio bilhão.

“Priorizando vidas, mas sem deixar de lado os demais impactos da catástrofe, o governo do Estado respondeu de forma muito rápida aos efeitos econômicos da enchente. As desonerações funcionaram como um remédio adicional para enfrentar os estragos provocados pela tragédia e contribuíram para que boa parte das empresas pudessem retomar sua atividade e preservar empregos”, avalia a secretária da Fazenda, Pricilla Santana.

Redução da carga tributária

Em valores, o não estorno de crédito do ICMS das mercadorias perdidas ou danificadas respondeu pelo maior volume, concedendo R$ 133 milhões em benefícios. A medida fez com que as empresas mantivessem o crédito do imposto que seria utilizado em comercializações futuras, o que resultou em redução da carga tributária e, em alguns casos, gerou saldos credores que podem ser transferidos.

Cerca de 880 empresas tiveram acesso à manutenção do crédito, a maior parte delas ligada ao setor de varejo e atacado, em especial super e hipermercados. O segmento industrial de alimentos, bebidas e químico, que foi duramente afetado pelas cheias, também recebeu uma fatia da desoneração. No total, a Receita Estadual contabilizou R$ 1,6 bilhões em perdas de estoques, valor muito acima da média histórica.

Ativos imobilizados

A segunda maior renúncia fiscal, no valor de R$ 113 milhões, incentivou a compra dos chamados ativos imobilizados, que incluem máquinas e equipamentos que compõem a estrutura produtiva das empresas. Para fomentar investimentos e ajudar na retomada produtiva, o governo Leite isentou o ICMS nas vendas dentro do Estado e a alíquota interestadual nas aquisições de fora do Rio Grande do Sul.

Segundo o balanço, o benefício atingiu 411 empresas de 80 municípios. O setor industrial foi o mais impactado pela medida, com maior concentração nas áreas de veículos automotores, cabines, carrocerias, caminhões e ônibus. A desoneração incentivou a aquisição de R$ 1,2 bilhão em maquinário dentro e fora do Estado. Em paralelo à isenção, o governo também concedeu crédito presumido (um tipo de desconto na apuração do ICMS) para a reposição de máquinas e equipamentos perdidos na catástrofe.

Encerrada em março deste ano, a isenção de ICMS para compra de ônibus e caminhões novos, voltada para empresas de transporte de cargas ou de passageiros afetadas pela enchente, gerou uma desoneração de R$ 40 milhões. No total, 334 empresas adquiriram mais de 900 veículos, movimentando R$ 392 milhões em vendas.

Devolve ICMS

Por se enquadrar como despesa orçamentária, o balanço não inclui o cashback do Programa Devolve ICMS Linha Branca, que restituiu o imposto estadual sobre a compra de eletrodomésticos para 138 mil pessoas atingidas pelas enchentes. A iniciativa devolveu mais de R$ 33 milhões aos beneficiários, o que corresponde a cerca de 148 mil itens comprados para reconstrução dos lares.

“Mesmo enfrentando dificuldades operacionais, com sistemas fora do ar devido às inundações, a Receita Estadual manteve seu papel de apoio aos contribuintes e à recuperação econômica do Rio Grande do Sul. Atuamos de forma focalizada para atender quem teve seu negócio afetado, sem abrir mão da responsabilidade fiscal”, salienta o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Valores das desonerações

Tipo de desoneraçãoValor concedido em desoneraçãoValor movimentado nas operações envolvidas
Crédito presumido para reposição de ativo imobilizado R$ 3,1 milhões R$ 15,5 milhões
Isenção nas vendas internas e Difal na compra de ativo imobilizado R$ 113 milhões R$ 1,2 bilhão
Isenção na venda de ônibus e caminhões novos R$ 40 milhões R$ 392 milhões
Isenção para reconstrução do aeroportos R$ 2,3 milhões R$ 49,1 milhões
Não estorno de crédito de mercadorias perdidas R$ 133 milhões R$ 1,6 bilhão
(perdas de estoque)
Dispensa de ICMS sobre importações em drawback - -
Ampliação de prazos de pagamento de ICMS R$ 2,2 bilhões
(postergados)
-
Isenção em doações à Associação dos Bancos do RS R$ 530 mil R$ 5,2 milhões
Isenção em doações a entidades assistenciais R$ 1 milhão R$ 10,1 milhões
(doações)
Isenção em doações ao governo do Estado R$ 980 mil R$ 9,6 milhões
(doações)

Obs: linhas sem valor correspondem a desonerações sem impacto na movimentação econômica.
Fonte: Sefaz

Texto: Rodrigo Azevedo/Ascom Sefaz
Edição: Anderson Machado/Secom

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