Dados sobre câncer servem de alerta para prevenção
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Encerrou-se nesta quarta-feira(15), em Porto Alegre, a XII Reunião Anual de Registros de Câncer, que reuniu profissionais da área da saúde de diversas regiões do país. Os participantes debateram a importância dos registros das ocorrências de câncer como subsídios para a política de prevenção da doença. Promovida pela Secretaria da Saúde do Estado (SES-RS), Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Fundação Amaral Carvalho (FAC-SP), entre outras instituições, a Reunião fortaleceu a defesa de produção de dados com qualidade. No Rio Grande do Sul, em 2001, morreram 13 mil pessoas de câncer. Foram 50 mil novos casos da doença. Estes dados servem de alerta para a prevenção, pois é a partir de informações com qualidade, próprias do segmento, que se direciona os trabalhos a serem desenvolvidos. A avaliação específica da vigilância no diagnóstico precoce da doença, por exemplo, dá certa segurança de sobrevida ao paciente, ou seja, a pessoa vive mais tempo e com qualidade de vida, disse Paulo Grassi, coordenador do setor de informações em saúde da SES-RS. Os temas do dia foram as questões metodológicas nos registros de câncer, as dificuldades, a realidade e soluções, e as mudanças na classificação dos tumores. Paulo Rebelo, do Rio de Janeiro, falou sobre o registro hospitalar do câncer e a importância dos prontuários. Enfatizou que a implantação dos registros hospitalares de câncer levam a uma significativa melhoria destes documentos, tanto em seu aspecto formal quanto no conteúdo. O prontuário de saúde é reconhecido como instrumento fundamental para a assistência à saúde e como defesa dos profissionais em processos judiciais, afirmou. Atualização de nomenclatura e codificação de tumores foi o título da palestra de Ana Lúcia Amaral Eisenberg, também do Rio de Janeiro. A médica patologista disse que o controle de qualidade é feito de maneira semelhante nos registros hospitalares e nos de base populacional. Citou algumas padronizações utilizadas, como no caso de indefinição diagnóstica entre dois tipos de câncer, quando é utilizado o de pior diagnóstico. Cássia Buchala, de São Paulo, discorreu sobre a Classificação Internacional de Doenças para Oncologia (CID-O). Relatou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) coordenou um grupo de especialistas na elaboração da CID-O. Hoje estamos com a terceira versão, justificada pela enorme e rápida mudança ocorrida nestes últimos anos em relação aos linfomas e às leucemias, concluiu Cássia.