Cotações de grãos se mantêm elevadas no Rio Grande do Sul
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Os principais grãos de verão, como o arroz, o milho, o feijão e a soja, tiveram elevação nos preços pagos na última semana. Com a safra de arroz garantida, os produtores seguem de olho na comercialização. A expressiva valorização do produto no mercado internacional teve reflexos internamente, com a saca de 50 quilos, negociada junto ao produtor, tendo um reajuste de 3,68%, passando para R$ 34,35 na média estadual. Conforme o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, os atuais preços estão, em média, 54% acima daqueles praticados há um ano e, ao que tudo indica, deverão seguir nesse ritmo por um bom tempo. No feijão, a comercialização segue sem problemas e com o produto encontrando fácil colocação. As cotações médias seguem em patamares muito elevados, se comparadas a períodos anteriores, com o preço médio da saca de 60 quilos alcançando, em âmbito estadual, R$ 100,64 nessa semana, o que representou uma variação positiva de 1,09% sobre o preço anterior. A demanda pela soja continua em níveis elevados, o que se reflete em sucessivos aumentos nas cotações médias praticadas junto ao produtor. Na última semana, a saca de 60 quilos ficou cotada em R$ 43,72. Se comparada com os valores de um ano atrás, a diferença é de 48,86% (R$ 29,37). O mercado também continua ávido pelo milho. Nessa semana, a saca de 60kg teve novo aumento em sua cotação média, passando para R$ 24,60, representando uma variação de 0,49% no período. Colheitas As colheitas do arroz e da soja se encontram praticamente encerrada com 98% e 96%, respectivamente, da área já colhida. No arroz, restam poucas áreas ainda a serem trabalhadas, em especial na Fronteira Oeste, Campanha e Sul. Com o tempo seco verificado nos últimos dias, a retirada do feijão segunda safra e do milho alcançou 71% das lavouras plantadas nesta safra. Parte das lavouras de milho que ainda se encontravam em fase de floração nas semanas anteriores, assim como as que se encontram em formação de grãos (7%) estão sendo direcionadas à confecção de silagem devido ao baixo rendimento para grãos. Hortigranjeiros A produção está se normalizando na maioria dos municípios atingidos pelas pesadas chuvas ocorridas. Os olericultores estão refazendo as sementeiras e canteiros visando à retomada da produção que, lentamente, volta a atender a demanda. Como conseqüência natural, os preços tiveram reajustes bastante altos. A safra de batata-doce, no município de Barra do Ribeiro, onde foram plantados aproximadamente 350 hectares, 13% já estão colhidos. A produtividade que vem sendo obtida tem girado entorno dos 12.000 kg/ha com o preço da caixa de 20 quilos sendo praticado, em média, a R$ 7. Nos locais de menor altitude, o plantio da safra de morango se encontra com 85 % da área já estabelecida. A estimativa é de manutenção da área cultivada, porém com rendimentos menores, devido aos elevados custos dos fertilizantes. Os preços médios pagos pelas mudas têm girado ao redor dos R$ 0,17/un para a muda local e R$ 0,25/un para a importada. Criações Em alta também as cotações do boi gordo e do leite. Segundo a pesquisa de preços realizada pela Emater/RS-Ascar, o crescimento do preço do boi gordo foi da ordem de 0,84%, subindo de R$ 2,38 para R$ 2,40 o quilo vivo. Já a vaca gorda apresentou, na semana, alta de 0,92%, passando de R$ 2,18 para R$ 2,20 o quilo vivo. O levantamento também registrou forte valorização do preço médio do leite na semana. O percentual de crescimento foi de 4,84%, com o litro passando de R$ 0,62 para R$ 0,65. O preço mínimo subiu de R$ 0,51 para R$ 0,58 e máximo manteve-se na faixa dos R$ 0,77 o litro. Atribui-se o aumento ao início do período de entressafra. O clima segue comportando-se de uma forma tipicamente outonal, noites e manhãs frias e tardes com temperatura em ascensão e sem a ocorrência de chuvas. Nas regiões prosseguem a renovação e implantação de novas áreas com pastagens, principalmente com aveia e azevém. A grande procura por sementes tem elevado preço deste insumo em algumas regiões. As pastagens de verão estão praticamente esgotadas em relação ao seu potencial produtivo, assim como o campo nativo que se apresenta com visível redução de sua qualidade e produtividade. Próximo de encerrar a atual safra de mel na tradicional região produtora dos Vales do Caí e Taquari, registra-se uma boa produção. A produtividade na parte baixa do Vale ficou na faixa dos 15 kg/caixa e, na parte mais alta, em torno dos 10 kg/caixa. O bom resultado está produzindo excedentes do produto na região. O valor de comercialização no atacado está na faixa dos R$ 3/ kg e na comercialização direta entre R$ 5 a R$ 8/kg.