O programa Convivência em Harmonia e Patrulhas Comunitárias no Interior, implantado na região do Vale do Rio Pardo (RS), foi debatido pelos participantes do Seminário Nacional de Polícia Comunitária, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (1º). O tema foi abordado pelo comandante regional de Policiamento Ostensivo, coronel Edson Luiz Esteves Brendler, e pelo comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM de Santa Cruz do Sul), major Valmir José dos Reis. Os dois comandantes explicaram que, através de uma ação conjunta envolvendo a Brigada Militar (BM), Polícia Civil (PC), Polícia Federal (PF), Exército e Prefeitura de Santa Cruz, em 2007, foi possível recuperar a comunidade do bairro Bom Jesus que se encontrava sob o domínio do comando paralelo (tráfico de drogas).

A Polícia tinha dificuldades em entrar nesse bairro e, só naquele ano, tivemos 29 viaturas depredadas, informou o major Reis. O coronel Brendler assinalou que a atuação naquela localidade teve como base três pontos: filosofia comunitária, a inteligência policial e a operacionalidade, com o objetivo de potencializar a atividade. Hoje, implantamos a Polícia Comunitária e, se antes tínhamos dificuldade de entrar na comunidade, hoje temos um policiamento a pé e uma aproximação com os moradores, apontou Brendler.

Ocupação pela paz

No início da ocupação da Bom Jesus, foram efetuadas muitas prisões de criminosos, desarticulando o comando do tráfico de drogas, e a permanência massiva de agentes das polícias, com o apoio do Exército, durante 48 horas. No segundo momento, entramos com ações sociais e isso se mantém com o apoio da comunidade reconquistada. Ao ver a preocupação da polícia, a população passou a se sentir mais segura, ter mais confiança e a colaborar com o policiamento. Como resultado, tivemos uma redução nos índices de criminalidade nesse bairro , argumentou Reis.

Foi feito um planejamento com a participação de todos os agentes que trabalharam na operação. A população também foi consultada para a apuração dos problemas. O Comando da BM contatou o Ministério Público, o Comando Regional da Polícia Civil e a PF. Fizemos uma radiografia dos problemas. E, com esta ação integrada, com um ‘Plano de Inteligência, foi possível resgatar a comunidade que vivia sob o domínio do comando do tráfico, assinalou o comandante do 23º BPM.

Texto: Nilza do Carmo Scotti
Edição: Redação Secom (51)3210-4305