Concurso colocará mais 1.200 PMs nas ruas
Publicação:
A realização de concurso público para Brigada Militar (BM), neste ano, colocará mais 1.200 novos soldados para atuarem no policiamento ostensivo das regiões Metropolitana, Vale dos Sinos e Serra. A partir destas contratações, o efetivo da BM passará dos atuais 24.304 para 25.504. Assim, existirá um policial militar (PM) para cada grupo de 500 habitantes em todos os municípios do Estado, média comparada às taxas internacionais. Os praças aprovados iniciarão o Curso Integrado para Servidores de Segurança Pública, preparatório para aspirantes a praças, juntamente com candidatos a agentes da Polícia Civil (PC) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A diretora do Departamento de Desenvolvimento dos Recursos Humanos (DDRH) da Secretaria da Justiça e da Segurança (SJS), informa que os servidores aprovados receberão treinamento voltado para a defesa dos direitos humanos. Reginete Bispo lembra que 538 policiais militares já foram preparados com a nova metodologia. Os novos praças terão acesso a um currículo que é elogiado pela ONU, salienta. Conforme o sub-comandante do Comando-Geral da BM, coronel Luís Antônio Brenner Guimarães, a redução do efetivo da BM tem razões históricas. Brenner explica que a adesão ao Programa de Demissões Voluntárias (PDV) - processo que tirou das ruas mais de 2 mil homens - foi um dos principais motivos deste decréscimo ao longo dos últimos 30 anos. Além disso, esclarece Brenner, o número de pedidos de aposentadoria superou as inclusões. A partir de 1999 o Governo do Estado passou a investir na atualização dos efetivos existentes, com cursos na área de Direitos Humanos, Uso da Arma e Uso da Força. Formaram-se em torno de mil novos brigadianos, distribuídos nas Unidades Operacionais de Porto Alegre, Área Metropolitana, Vale do Rio dos Sinos e Serra, para cobrir a defasagem de efetivo nestas regiões. Desde 1999 o Governo Olívio já contratou 1.032 policiais militares, além do acréscimo de mais 1.200 que serão contratados mediante concurso, acrescenta o sub-comandante-Geral da BM. Razões históricas reduziram efetivo da BM No controle do policiamento ostensivo do Estado desde 1967, a Brigada Militar (BM) era, até então, um exército estadual, que atuava dentro dos quartéis com um efetivo pequeno. Assim, para cumprir o novo papel de policiar as ruas, a instituição começou a incluir novos policiais até chegar ao número previsto, que era em torno de 20 mil. Estas inclusões tiveram um incremento significativo a partir de 1970 até o início da década seguinte. A partir da metade dos anos 80, os governos estaduais relegaram a inclusão de policiais a um segundo plano, pois o efetivo (27 mil) aproximava-se do ideal. Porém, tal procedimento não levou em conta que vários policiais vieram a se aposentar por tempo de serviço e alguns deixaram a BM para exercer outras profissões. O Programa de Demissões Voluntárias (PDV), colocado em prática na década passada, fez com que mais de 2 mil brigadianos deixassem a Corporação. Começou, então, uma redução repentina do efetivo sem a devida reposição, visto, ainda, que o número de pedidos de aposentadoria superou as inclusões. Desse modo, o efetivo chegou ao patamar de 23.270 policiais no final de 1998. Outro ponto a considerar é que os brigadianos que ingressaram na corporação na década de 70 completarão seu tempo de serviço (30 anos) na primeira década deste século.