Após oito meses de trabalho, estão concluídas as obras de reforma da fachada do Palácio Piratini, sede do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. O restauro foi coordenado por uma comissão técnica mista, integrada por vários órgãos e secretarias do Governo. Para marcar a conclusão das obras e também as comemorações da Semana Farroupilha, será realizada no Palácio Piratini uma exposição fotográfica sobre a restauração da fachada, que poderá ser visitada pelo público no período de 17 a 27 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Até o dia 21, a exposição estará no vestíbulo superior, passando para o andar térreo após esta data. O Palácio Piratini - localizado na praça Marechal Deodoro, s/nº, no Centro de Porto Alegre - mostra influência predominante do estilo neoclássico francês e dos estilos barroco e rococó. Após serem submetidas, por quase um século, à ação das intempéries e a danos provocados por intervenções inadequadas, as fachadas apresentavam sinais de grave processo de degradação. Conforme a arquiteta Marta Ghezzi, o alto grau de comprometimento dos ornamentos e revestimentos, especialmente na fachada principal, representava risco de acidente, exigindo a imediata realização de procedimentos de estabilização e restauro. A primeira etapa, que corresponde à fachada principal, foi executada exclusivamente com recursos do Orçamento do Estado. As demais fachadas do bloco conhecido como Ala Governamental receberão recursos do Programa Monumenta, devendo ser restauradas em 2003. O principal elemento decorativo restaurado é o Escudo onde constam os dizeres República Riograndense - 20 de Setembro de 1835, sustentado por dois anjos, obra do escultor espanhol Jesus Maria Corona, executadas em 1913. Os outros serviços contratados são: levantamento cadastral; limpeza; verificação e remoção de elementos soltos; substituição de todos os balaústres; fixação de ornamentos com pinos de aço e resina epóxi; recomposição da forma original de ornamentos danificados; preenchimento de fissuras com resina acrílica; estabilização do revestimento com pinos de epóxi; preenchimento de falhas no revestimento; recuperação das bordas das lajes das sacadas, recuperação dos rejuntes das sacadas; proteção superficial do revestimento; impermeabilização do piso da laje da cimalha; remoção da fiação elétrica aparente e recuperação das esquadrias de madeira. As especificações técnicas para realização dos serviços foram elaboradas por uma Comissão integrada por arquitetos e engenheiros representantes do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), da Secretaria das Obras Públicas e Saneamento do Estado (Sops) e da Casa Civil do Gabinete do Governador. Essa mesma comissão orientou permanentemente a execução de todos os procedimentos. Como o Palácio Piratini é protegido por tombamento como Patrimônio Cultural do Estado e da União, além da participação de representantes do IPHAE na comissão técnica, a obra teve o acompanhamento de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). História A construção do Palácio Piratini, iniciada em 1909, nasceu da vontade do governador Júlio Prates de Castilhos em celebrar a república e expressar a força política de seu estado e a grandeza do povo gaúcho. Palco da história rio-grandense e brasileira, pelo Palácio passaram homens ilustres como Antônio Augusto Borges de Medeiros, Getúlio Vargas, Leonel Brizola entre outros que atuaram no cenário da política nacional. No ano de 1896, foi instalada a pedra fundamental para a construção da nova sede do governo, mas foi em 1909, com o projeto remodelado pelo arquiteto francês Maurice Gras, que a construção viria a tomar um novo ritmo. Os trabalhos de ornamentação e revestimento das fachadas foram realizados nos anos de 1913 e 1914. O palácio recebeu o nome de Piratini (termo indígena que significa peixe seco, endurecido), no ano de 1955, para homenagear a primeira capital rio-grandense durante a Revolução Farroupilha (1835-1845). O primeiro palácio que sediou o governo no Rio Grande do Sul foi construído em 1789. Após a demolição do primeiro palácio em 1896, o governo mudou-se por um curto período para o prédio hoje conhecido como Forte Apache, situado na esquina da Rua Jerônimo Coelho com a Praça da Matriz. Mais aspectos históricos e políticos desta obra arquitetônica podem ser verificadas no site www.palaciopiratini.rs.gov.br.