Centro de Referência no Hospital Presidente Vargas é exemplo de atendimento a vítimas de violência
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O Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juvenil (Crai), do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV), de Porto Alegre, é exemplo no atendimento de crianças e adolescentes - de zero a 18 anos - vítimas de violência sexual. O trabalho do centro foi apresentado na tarde desta segunda-feira (8) à secretária do Gabinete de Políticas Sociais, Maria Helena Sartori, ao secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, e a autoridades representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias, do Departamento da Criança e do Adolescente, do Departamento Médico Legal, do Ministério Público, entre outras instituições.
O serviço, que é pioneiro no Brasil, consiste em uma experiência integral e intersetorial de abordagem à vítima, na qual três segmentos de intervenção e combate à violência sexual infanto-juvenil trabalham de forma interdisciplinar. O HMIPV atua no cuidado em saúde e proteção, o Departamento Médico Legal (DML) trabalha na materialização de provas e o Departamento da Criança e do Adolescente (Deca) age na denúncia e na investigação.
Segundo o diretor técnico do HMIPV, Felipe Cabral, os esforços do Crai têm o objetivo final de proteger a infância e a adolescência, uma vez que as vítimas de qualquer tipo de violência necessitam de cuidados especiais. “Nada melhor que um hospital, referência no atendimento materno-infantil, para sediar esse serviço”, afirmou. Para ele, esse atendimento integrado faz com que a criança e o adolescente, “já extremamente machucados pela terrível violência sofrida, não sejam revitimizados”.
A coordenadora do Crai, Eliana Soares, destacou o trabalho conjunto entre as três entidades, o que gera um atendimento diferenciado e resolutivo. Com quase 15 anos de existência, o CRAI acolhe vítimas de Porto Alegre e dos demais municípios do Rio Grande do Sul. Em 2014, foram atendidos 1.777 crianças e jovens, sendo 690 da capital. Um levantamento realizado pelo centro mostra que a maioria dos abusos é praticada por familiares e o maior número de vítimas (50,7%) está na faixa até 13 anos de idade.
A perita Angelita Rios ressaltou que o Crai presta às vítimas e a seus familiares todos os cuidados necessários, que vão desde o acolhimento, a ocorrência policial, a perícia física e psíquica, a avaliação pediátrica e ginecológica e o encaminhamento à rede pública para outros tratamentos em saúde e proteção integral.
Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juvenil
Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas
(Avenida Independência, 661, 6º andar, Bloco C)
Atendimento: segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas
Denúncias de abuso sexual: DISQUE 100
Texto: Sílvia Lago/Palácio Piratini
Edição: Cristina Lac/CCom