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Ceasa completa 32 anos e trabalha por maior qualidade de hortigranjeiros

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Enquanto se prepara para comemorar 32 anos, que serão completados em setembro, a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) também pavimenta o caminho para a entrada em uma nova fase, sinalizada pela valorização da alimentação saudável no Estado. A oferta de hortigranjeiros com segurança sanitária sempre pontuou a comercialização dos produtos na Central, mas a busca de qualidade de verduras, frutas e legumes será intensificada a partir de uma campanha que está para ser lançada em breve, em parceria com a Secretaria da Saúde (SE). Queremos oferecer à população gaúcha hortigranjeiros de excelente procedência e fortalecer a preocupação do governo do Estado com a saúde das pessoas, informa o presidente da instituição desde janeiro, Jacob Nestor Seibel. Para agregar maior confiança ao que chega ao comércio por intermédio da Ceasa, o Laboratório Central do Estado (Lacen), vinculado à Saúde, fará análises semanais de amostras do que é vendido pela Central, para verificar a presença de substâncias indesejáveis, como agrotóxicos, coliformes e bactérias. Será lançada também uma campanha estimulando os comerciantes a adquirir produtos da Ceasa e mostrando ao consumidor a importância de optar pela compra de hortigranjeiros com a garantia de qualidade da Central. Quase 30% da produção gaúcha do setor passa pela Ceasa, e a preocupação com alimentação saudável é fundamental, ainda mais numa época em que a obesidade, por exemplo, tornou-se um flagelo, diz Seibel. Inaugurada em setembro de 1973, a Ceasa do Rio Grande do Sul foi uma das primeiras a surgir no Brasil - a maioria das centrais em outros estados está com 30 anos de atividades. Nos pavilhões instalados em uma área cercada de 43 hectares do bairro Anchieta, na Zona Norte de Porto Alegre, são recebidas diariamente em torno de 30 mil pessoas em busca de melhores produtos e preços. Quinta-feira, dia de maior movimento, chegam a circular por lá 35 mil pessoas. Em média, são comercializadas por dia três mil toneladas por 1,8 mil produtores e 218 atacadistas. Contando os agricultores sazonais - aqueles que comparecem apenas com produtos de determinadas épocas do ano -, o número de cadastrados alcança 6 mil. Com base nesses números, estima-se que as verduras e frutas que vão à mesa de um em cada três gaúchos passam pelas mãos dos 2,2 mil profissionais que transportam as mercadorias na Ceasa, o que coloca a Central na condição de maior complexo de comercialização de hortigranjeiros do Estado. Conforme o diretor administrativo-financeiro da estatal, Roneide Dornelles, a Ceasa tem como objetivo facilitar as operações de compra e venda, eliminando intermediações desnecessárias, oferecendo soluções adequadas para o abastecimento de alimentos e dando à população a oportunidade de comprar bons produtos diretamente de produtores ou atacadistas especializados. Buscamos promover preços saudáveis, com a oferta de um shopping concentrador de oferta e procura, que disponibiliza serviços como limpeza, segurança, manutenção, fiscalização de embalagens, classificação e sanidade de produtos, informação de mercado e retorno do ICMS aos municípios, visando à harmonia de interesses de clientes, empregados, acionistas e à melhoria da qualidade de vida da população, afirma. Investimentos Disposta também a assegurar maior conforto aos usuários da Ceasa, a atual administração promoveu melhorias de infra-estrutura, como recapagem do asfalto nas vias de acesso aos pavilhões, reforma em banheiros e reestruturação do prédio administrativo. Além disso, foram comprados dois novos veículos e duas motos para serviços de segurança. O setor de cadastro foi reformulado para melhor atender os comerciantes e consumidores e novas placas de sinalização foram instaladas. A próxima etapa, de acordo com o atual presidente, envolverá a conclusão de obras de pavimentação, revisão nos sistemas elétrico e hidráulico e informatização, entre outras benfeitorias. Existem planos também de aumentar a receita da Ceasa, que provém da locação dos espaços aos comerciantes e atacadistas, divididos em setores específicos a cada grupo de produto. Para atrair mais recursos próprios a serem investidos em melhorias futuras, a administração planeja estender o aluguel de boxes a um número maior de expositores, incluindo entre eles empresas que ofereçam produtos ainda não encontrados na Ceasa, de modo a ampliar a variedade de itens, como as flores. Tá no Prato A Ceasa gaúcha preocupa-se também com o social. Pensando em auxiliar a população e combater o desperdício de alimentos, o Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e a Ceasa, lançou, em maio de 2003, o Programa Social Tá no Prato, que distribui os excedentes da comercialização da Central, doados pelos produtores e atacadistas, e realiza cursos de aproveitamento integral de alimentos, em um ônibus-escola que leva cozinheiras e nutricionistas para ministrar as aulas em bairros. O programa já beneficiou 40 mil pessoas - entre elas, 25 mil crianças - e promoveu 319 cursos, que favoreceram 7,9 mil pessoas. Desde a implantação, o projeto atende 218 instituições assistenciais. Mensalmente, são distribuídos 100 mil quilos de hortigranjeiros e oito mil quilos de pão. Modelo no mundo em política pública de segurança alimentar, o Tá no Prato recebeu chancela da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Fao), em março de 2004. Até o final deste ano, distribuirá aproximadamente 2,5 milhões de quilos de hortigranjeiros. A Ceasa tem participado ainda da Expointer, desde 2003, e realizou em sua sede, em dezembro daquele ano, encontro da Abracen - Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento, em que foram discutidos temas sobre o papel das Ceasas. História No final dos anos 1960, a comercialização de hortigranjeiros no Brasil era realizada nas ruas, sem fiscalização, higiene e embalagens adequadas, além de não haver transparência de preços. Em conseqüência, no início da década seguinte, o governo federal buscou ajuda de organismos internacionais, como a Fao, e parcerias de administrações estaduais e municipais, para construir centrais de abastecimento nas principais capitais do país, resolvendo um problema crônico na venda de hortigranjeiros. Em 25 de setembro de 1973, quando grande parte dos prédios das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul estavam concluídos, produtores e atacadistas foram transferidos do bairro Praia de Belas para o bairro Anchieta, onde até hoje se realizam as operações do complexo da Ceasa, situado na Avenida Fernando Ferrari.
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