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Carnes e fumo impulsionam desempenho do agronegócio gaúcho no 3º trimestre de 2025

Exportações somaram US$ 4,4 bilhões e seguem representando mais de 70% das vendas externas do Estado

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Card em fundo cinza, no qual está escrito Indicadores do Agronegócio no Estado ao centro, logo abaixo de um ícone que representa uma plantação com uma espécie de gráfico na parte esquerda superior. No canto inferior direito está a logomarca utilizada pela gestão 2023-2026 do governo do Rio Grande do Sul.
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O agronegócio do Rio Grande do Sul manteve participação importante nas exportações estaduais no 3º trimestre de 2025, alcançando US$ 4,4 bilhões em vendas externas – equivalente a 73,3% do total exportado pelo Estado. Embora o trimestre tenha sido marcado por um recuo de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2024, o desempenho de fumo e carnes atenuou a retração provocada pela menor oferta de soja, influenciada pela estiagem. 

Os dados são do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta terça-feira (18/11) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Elaborado pelo pesquisador Sérgio Leusin Júnior, o material apresenta informações sobre as exportações no terceiro trimestre e do acumulado do ano, além do emprego formal no agronegócio. 

Crescimento do fumo e das carnes 

O fumo e seus produtos apresentaram o maior crescimento absoluto do trimestre, com aumento de 23%, impulsionado pelo fumo não manufaturado. Já o setor de carnes cresceu 16,9%, com destaque para a carne bovina (+94,5%), devido à ampliação das vendas para a China e à retomada das exportações para a Rússia. A carne suína avançou 27,7%, com incremento das vendas para Filipinas, Argentina, Vietnã e México. 

Os resultados ajudaram a atenuar o impacto da queda nas exportações do complexo soja, que recuaram 12,8% em razão da redução de 25,2% na produção colhida, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Destinos das exportações 

A China manteve-se como principal destino das exportações do agronegócio gaúcho, com 38,7% do total, seguida por União Europeia (13,9%), Vietnã (3,7%), Estados Unidos (3,4%) e Filipinas (3,2%). 

Entre os mercados com maior crescimento absoluto, destacaram-se as Filipinas, com alta de 167,6% (+US$ 89,7 milhões), impulsionada pelas exportações de carnes suínas; a Suíça, com crescimento de 2.885% (+US$ 64,4 milhões), concentrado no fumo não manufaturado, atingindo recorde histórico e elevando o país europeu à posição de segundo maior comprador do produto gaúcho no mercado internacional; e a Coreia do Sul, com aumento de 100,2% (+US$ 58,1 milhões), resultado da expansão nas vendas de farelo de soja e fumo. 

Os avanços refletem uma reorientação parcial da pauta exportadora do RS, especialmente diante das restrições comerciais impostas pela guerra tarifária e da queda nas vendas a alguns parceiros tradicionais. 

Guerra tarifária

A Nota Técnica aponta efeitos localizados do choque tarifário global dos EUA, com impacto em mercados específicos. Os setores mais afetados foram fumo e seus produtos e couros e peles, ambos fortemente expostos à pauta americana. 

Apesar das perdas, o boletim do DEE aponta que não há vulnerabilidade sistêmica para o agronegócio do RS, mas revela impactos setoriais e sinais conjunturais que exigem monitoramento. O Estado tem conseguido redirecionar embarques a mercados alternativos, como Suíça, atenuando os efeitos tarifários sobre o desempenho das exportações. 

Balanço do ano e geração de empregos

De janeiro a setembro de 2025, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 10,8 bilhões, o equivalente a 70,3% das vendas externas do Estado. Os segmentos de fumo (+13%) e carnes (+14,3%) mantiveram crescimento no acumulado do ano, enquanto o complexo soja recuou 16,3%. 

No mercado de trabalho, o setor encerrou o trimestre com saldo negativo de 4,8 mil vagas formais, influenciado principalmente pela sazonalidade da indústria do fumo. Tradicionalmente, o segundo e o terceiro trimestres são marcados pela desmobilização parcial da mão de obra admitida por tempo determinado, nos primeiros meses do ano, para fazer frente aos serviços de colheita, recebimento, processamento e comercialização da safra de verão.

No acumulado do ano, contudo, o agronegócio registra saldo positivo de 17,4 mil postos, o segundo maior resultado da série iniciada em 2020. No conjunto da economia do RS, o saldo também é positivo, tendo sido criados 78,5 mil empregos até setembro. Com isso, a atividade foi responsável por 22,2% das vagas criadas no Estado em 2025. 

Os principais destaques de geração de trabalho foram os segmentos de abate e fabricação de produtos de carne (+4,7 mil), fabricação de produtos do fumo (+3,5 mil) e fabricação de tratores e máquinas agrícolas (+2,7 mil).

Texto: Marcelo Bergter/Ascom SPGG
Edição: Felipe Borges/Secom

 

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