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Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul completa 70 anos com edição especial sobre eventos meteorológicos extremos

Publicação reúne nove estudos que analisam os impactos das enchentes e deslizamentos de 2023 e 2024 no território gaúcho

Publicação:

Card Boletim Geográfico
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O governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), lançou nesta quinta-feira (31), a 45ª edição do Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul, em comemoração aos 70 anos do periódico técnico-científico. Publicado pelo Departamento de Planejamento Governamental (Deplan), vinculado à Subsecretaria de Planejamento (Suplan), o boletim reúne nove artigos voltados à análise dos eventos meteorológicos extremos que impactaram o território gaúcho em 2023 e 2024.   

Trajetória de sete décadas  

Criado em julho de 1955, na então Secretaria da Agricultura do Estado, o Boletim Geográfico tem como objetivo divulgar estudos aplicados nas áreas da geografia e do planejamento, com enfoque no território do Rio Grande do Sul nas escalas local, regional, nacional ou internacional. Desde 2014, a publicação é editada pela SPGG e atualmente possui classificação A3 no Qualis Periódicos da Capes.  

Para o editor do boletim, Fernando de Moraes, é uma grande honra realizar o lançamento desta edição representativa dos 70 anos do periódico. “Além de simbolizar o seu aniversário, este número especial traz trabalhos acadêmicos extremamente relevantes para a reconstrução do Estado e contribui para o debate sobre resiliência climática." 

Enchentes, deslizamentos e estratégias de resiliência  

Nesta edição especial, os artigos abordam, sob diferentes perspectivas, os impactos das enchentes, deslizamentos e eventos extremos que atingiram diversas regiões do Estado. Entre os estudos, está uma análise sobre o evento de precipitação intensa em Jaguarão, em novembro de 2024, que provocou alagamentos graves em curto intervalo de tempo. Outro trabalho investiga as enchentes recorrentes em Nova Palma ao longo de mais de oito décadas, relacionando os episódios à ocupação das margens dos rios e aos efeitos do El Niño.  

Há também uma análise comparativa entre as cidades de Beira (Moçambique) e Porto Alegre, evidenciando como o planejamento urbano pode influenciar na vulnerabilidade a inundações. Uma iniciativa de ciência cidadã no Vale do Taquari demonstrou o potencial da colaboração popular na coleta de dados sobre inundações recentes, enquanto um estudo sobre Cachoeira do Sul propõe simulações de reinserção habitacional frente aos desafios da realocação em áreas afetadas.  

Outro artigo apresenta o mapeamento das inundações de 2024 com base em dados de radar e pluviometria, indicando zonas críticas ao longo do rio Jacuí e tendência de aumento de chuvas em Porto Alegre. Já o impacto dos movimentos de massa na infraestrutura viária é tratado em uma pesquisa que identificou mais de 2.400 trechos de estradas afetadas, em 113 municípios. 

Também foi mapeado, com base em imagens de satélite e análises geotécnicas, o padrão dos deslizamentos ocorridos no desastre meteorológico de abril e maio de 2024. Por fim, uma nota técnica elaborada por técnicos da SPGG descreve o processo de construção da Área Diretamente Atingida (ADA) nas enchentes de maio, que subsidiou a formulação de ações emergenciais como o programa SOS PIX e o Volta por Cima.  

Acesso e submissões  

O periódico está com chamada aberta para submissões de novos trabalhos. Para enviar artigos, é necessário realizar o cadastro na plataforma e seguir as normas editoriais disponíveis no site.

Texto: Marcelo Bergter/Ascom SPGG
Edição: Secom

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