Boletim aponta que atividade econômica das empresas do RS segue estável após enchentes
Mais de 88% dos negócios do regime geral operaram em nível normal ou médio em junho deste ano
Publicação:

O mais recente Boletim Econômico-Tributário, divulgado nesta semana pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), mostra que mais de 88% das empresas do Rio Grande do Sul enquadradas no regime geral – que exclui os negócios do Simples Nacional e os microempreendedores individuais (MEIs) – operaram em nível considerado normal ou médio no mês de junho. O levantamento, que é feito com base na emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e) e vem mostrando a evolução da atividade econômica desde as enchentes de 2024, indica que a atividade produtiva no Estado está se mantendo estável após a catástrofe meteorológica.
Em maio do ano passado, no auge dos efeitos das cheias, esse percentual era inferior a 70%. Entre os mais de 40 mil estabelecimentos do regime geral, cerca de 5 mil operaram em nível baixo de produtividade – número que está dentro da média habitual da economia do Estado.
Entre as empresas do Simples Nacional, o índice de operação normal e médio foi de 85% em junho, índice que também está em linha com um cenário de estabilidade. Ao todo, o Rio Grande do Sul conta com mais de 77 mil empresas enquadradas no regime simplificado, das quais cerca de 11 mil operaram em um nível considerado baixo no mês passado. A operação considerada baixa ocorre quando a emissão de notas fiscais fica inferior a 30% da média.
“Os dados do boletim revelam que o Estado teve uma rápida recuperação do nível de atividade dos negócios, iniciada já em junho do ano passado, um mês após o período mais crítico. Os índices de operação em nível considerado baixo estão dentro da média de um cenário econômico normal, no qual sempre há empresas com oscilações na atividade por diversos fatores, como sazonalidade do setor ou dificuldades financeiras”, explica o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, órgão responsável pelo levantamento.
Ainda conforme o boletim, mais de 3,5 mil empresas foram fechadas entre 24 de abril e o final de dezembro de 2024 nas áreas diretamente atingidas pelas cheias – um aumento de 17% nas baixas em relação ao ano anterior. O percentual, que é inferior à média de fechamentos registrada no Estado ao longo de 2024, sugere que não houve uma concentração de encerramentos apenas nas áreas alagadas, indicando que os efeitos da catástrofe meteorológica se espalharam por todo o Estado.
Vendas na indústria gaúcha
Ainda conforme o boletim, as vendas da indústria do RS caíram 1,5% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2024. A queda foi puxada pelo setor de papel, que teve redução de 24,6% nas comercializações.
A indústria de alimentos, na outra ponta, apresentou um dos melhores desempenhos, com volume de transações de R$ 1,6 bilhão em junho deste ano – um aumento de 9,7% em relação ao mesmo mês de 2024. Na sequência, também com vendas subindo, aparecem os setores têxtil e de vestuário, com aumento de 6,9%, e o de insumos agropecuários, com alta de 6,6%.
O levantamento também traz um recorte regionalizado do desempenho de vendas. A Fronteira Noroeste teve o maior aumento percentual, com alta de 54,7% em junho na comparação, somando mais de R$ 1,5 bilhão em comercializações. Em seguida, aparece o Vale do Rio Pardo, com elevação de 25%, o que representa R$ 2,5 bilhões em vendas no período. O maior recuo ocorreu na Fronteira Oeste, onde as vendas tiveram queda de 23,8%.
A maior parte das vendas em junho partiu de indústrias da Serra (17,9%), seguido pela Região Metropolitana de Porto Alegre (17,7%) e pelo Vale do Rio dos Sinos (17,2%). Juntas, as três regiões são responsáveis por mais da metade das vendas da indústria gaúcha no período.
Texto: Rodrigo Azevedo/Ascom Sefaz
Edição: Secom