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Artigo: O mínimo regional contra a concentração de renda, por Marcelo Danéris

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A proposta de reajuste do Salário Mínimo Regional de 16% para 2015 recoloca o piso em 28% acima do salário mínimo nacional. Isso recupera o patamar de 2001, quando foi criado por Olívio Dutra, efetivando o compromisso com os trabalhadores assumido em 2010 pelo atual governo. A proposta leva em conta a inflação, agregando a média projetada ao PIB do RS e do Brasil de 2014, e ainda os 6,58% que faltavam para recuperar a proporção de 2001.

Embora o piso regional ainda esteja aquém do salário mínimo necessário estimado pelo Dieese (R$ 2.729,24), a ampliação da renda dos trabalhadores por meio dos aumentos reais do piso impacta na qualidade de vida e no mercado interno, com ganhos que são transferidos ao setor do comércio, com efeitos à indústria e à agricultura. O atual governo promoveu uma recuperação das perdas ocorridas nas duas últimas gestões. Na gestão de Tarso Genro, o aumento real foi de 28,3%.

Esta valorização integra a política de desenvolvimento que apoiou a agricultura e a produção, com incentivos e renúncia fiscal, sem aumentar impostos; retomou o Simples Gaúcho, com R$ 450 milhões ao ano de benefícios às Micro e Pequenas Empresas; criou o Novo Fundopem; a Política Industrial, que dá incentivos tributários e crédito para 22 setores; e reestruturou o Sistema Financeiro Estadual para fomento ao empreendedorismo.

É uma política equilibrada, em que se disputa a competitividade e, ao mesmo tempo, aumenta o poder aquisitivo dos trabalhadores. O salário mínimo regional é um dos instrumentos eficazes para promover a distribuição de renda, pois permite que cada Estado considere a dinâmica da economia local na fixação da remuneração dos trabalhadores.

Infelizmente, nos dois últimos anos as federações empresariais se posicionaram contrárias à existência do piso regional. Se recusaram a participar de uma mesa de negociação no último ano e, ao contrário das centrais sindicais, não enviaram nenhuma sugestão de política sobre o tema ao governo.

O argumento de ser empecilho ao crescimento da economia é comprovadamente injustificado pelo aumento da produção e das menores taxas de desemprego dos últimos anos. Na verdade, politizam o tema aqueles que inconfessamente desejam acabar com o mínimo regional.

Marcelo Danéris
Secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

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