Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

35ª Festa do Figo

Publicação:

É um prazer voltar à Linha Brasil e ver a evolução nos anos em que se celebra o trabalho como se celebra nesta abertura o trabalho da terra que frutifica em figos. É um prazer estar de volta aqui com toda a comunidade e ver o ambiente novamente dessa festa maravilhosa que aqui coloca as máquinas, as pessoas, tudo o que é de importante para que a gente vá depois, e aos poucos, sempre - nada vem muito depressa - percebendo o desenvolvimento do trabalho da terra e com ele o desenvolvimento das comunidades. Prefeito Luiz Schenke, claro que eu viria. Eu sempre digo: “Eu não venho quando a chuva não deixa.” Quando o tempo está bom, eu tenho o imenso prazer de estar convivendo com as comunidades, como a de Nova Petrópolis, que tem tudo. Tem a parte rural, tem a parte industrial, tem a parte turística. Toda vez que eu venho, estão lá os nossos queridos companheiros da música, tocando o Hino Nacional com aquele toque um pouquinho diferente, fazendo com que a gente cante com muita alegria. Prazer em revê-los também. Uma organização extremamente respeitosa, com a mestra de cerimônias aqui vindo e, sem nenhum peso que possam sentir das vestimentas, mais a corte do figo, a corte mirim, a corte do folclore, que está sempre presente entre nós. É a organização das comunidades que explica isso que nosso ministro de Longo Prazo, não vou dar o nome inteiro do ministério dele, que é muito complicado e longo, ministro Mangabeira Unger, nos visitou exatamente para que nós o ajudemos a desvendar o que ele chama de o enigma do RS. Como é que o RS se transformou, ao longo da história, no Estado em que as coisas são mais bem distribuídas, em que a política entra em cada casa com muito respeito, em que os times de futebol a gente usa camiseta, mas não briga como se briga em outros locais do Brasil. Cada um respeita a opinião do outro e a opinião de cada um é sempre muito forte. E ele veio aqui e eu disse: “Eu vou lhe levar às comunidades do RS. Ali está o que você chama de segredo para que o RS apresente seus índices sociais, os melhores do Brasil”. E disse a ele: “Pode melhorar muito mais. Nós ainda não podemos estar satisfeitos vendo comunidades pobres, vendo a urbanização gerando violência, o crime se organizando meio à semelhança do que faz no resto do Brasil. Mas eu vou lhe levar às comunidades”. Claro, ele não podia ficar para essa nossa Festa do Figo, mas nós vamos, com ele, mostrar para todo o Brasil como é que a gente consegue ter os indicadores econômicos, sociais e políticos mais desenvolvidos do que o restante do Brasil. O segredo é um só: organização das comunidades. Imagina o ministro descobrir que existe uma associação da Linha Brasil, uma associação da Linha Araripe. É da agregação das pessoas em termos de objetivos comuns que a gente chega àquilo que referiu o nosso querido engenheiro agrônomo, advogado, produtor rural - eu não sei que mais título eu posso dar para o presidente da nossa Emater/Ascar - Mário, quando ele disse: “Nosso objetivo é fazer, ao final, que as pessoas possam ser mais felizes”. E elas são felizes quando trabalham sobre a terra e mais felizes ainda quando podem celebrar o bom fruto da terra, quando o clima ajuda, quando está aí a Emater indo em cada pequena propriedade, quando está o nosso secretário Rogério Porto dizendo que irrigação, o uso da água, tem que ser considerado igual àquele trator que é feito aqui em Nova Petrópolis. Todo mundo deve reservar água, para que, quando ela falte, a gente tenha à nossa disposição. O vice-prefeito municipal de Nova Petrópolis, o Zelízio; o presidente da Sociedade Cultural e Esportiva na Linha Brasil, Clóvis Fernando Tielle; presidente da Câmara de Vereadores de Nova Petrópolis, vereador Jorge Darlei Wolf. E quando ele fala que, sim, é da natureza humana festejar, só festeja quem trabalha, só festeja quem pode colher o fruto do seu trabalho, como é o caso desta nova Festa da Uva que aqui a gente celebra. Élton Weber, conosco, esteve na reunião como ministro. É difícil entender o que o ministro quer. A cabeça dele é tão desenvolvida para o que ele quer estrategicamente que eu, afinal, entendi que ele quer que esses experimentos de organização, como este de Nova Petrópolis, Linha Brasil, sirvam de modelo para todo o Brasil se organizar cooperativamente, através da associação, e fazer com que o trabalho em pequena propriedade resulte, inclusive, em exportação, além de trabalho, emprego, renda e índices de responsabilidade social, índices de responsabilidade – qual foi o outro que nós ganhamos? – ambiental, e teve um terceiro: Folha Verde. Não tem segredo, é só vir e conhecer como as pessoas se organizam com a grandeza que o ser humano é capaz de ter. As soberanas da 35ª. Festa do Figo, Maristela, Tânia, Tatiane; as soberanas mirins, a Cristina, a Cátia e a Débora. Aos secretários municipais, aos vereadores, à vice-prefeita, os vice-prefeitos, prefeitos que aqui estão. Eu fico muito feliz de poder conviver com vocês nesta festividade. Cheguei antes, sim. Cheguei para a abertura, para poder ver que a organização não apenas é a mesma, como melhorou. Eu quero dar o indicador concreto de como ela melhorou. Quando eu vim a última vez aqui, o palco afundou. Tinha tanta gente que a gente queria estar junto aqui. E não, a gente bate aqui em cima hoje e ele está firmíssimo. Então, o desenvolvimento vem a cada vez que a gente vem aqui. Ao Nilton Pinho DeBem, nosso parceiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o João Carlos, através da nossa parceira com o Governo Federal, que nós temos parcerias em todas as áreas. Ele está podendo entregar às comunidades os primeiros e acho que foram 60 carros, e nós vamos ir além, nós vamos comprar mais 80, porque carro é necessário para ir até a comunidade, voltar com segurança. O que está acontecendo com as mortes nas nossas estradas é algo muito doído e ele vai conseguir colocar mais 80 que é exatamente para trocar uma frota em que o carro que ainda existe, a serviço da Secretaria da Agricultura, e que anda por essas comunidades, é um Fusquinha 72. Nem tanto. Vamos deixá-lo em casa, sair para festear, mas um Fusquinha 72 já pode ser peça de museu, de alegria. O Governo Federal tem nos ajudado, porque sabe que nós não temos recursos para comprar esses automóveis. É por isso que eles estão tão velhos. A frota do Palácio, a frota da Agricultura, as frotas de carros do governo. O secretário Rogério Porto andava em um carrinho 1000 lá de mil novecentos e acho que era 88, alguma coisa assim, e acabou a rodada em que ele capacitava os pequenos agricultores, trabalhadores rurais, a fazerem irrigação por reserva de água e ele foi imediatamente operar o joelho, o outro carro a roda caiu. Gente, eu quero segurança para os meus secretários, porque eles são muito bons. Foram eles que conseguiram fazer com que os números, em um ano do Governo Estadual, fossem uma celebração como esta do Figo. Nós conseguimos reduzir à metade o dinheiro que falta para a gente pagar as contas básicas, o famoso déficit. Quando me perguntam o que é isso, eu digo: “Cada um de vocês sabe, se gastar mais do que ganha, não vão te vender mais, você vai perder crédito na praça.” E o Rio Grande do Sul andou perdendo, ao longo do tempo, crédito na praça. Então a gente não consegue fazer investimentos. O nosso objetivo de botar ordem na casa é poder comprar esses carros para a Brigada, para, quando ela receber um chamado pelo 190, ela poder atender logo. Ela não consegue atender porque não tem carro. É uma situação que a gente pegou e já reduziu o problema à metade. Em 2008, vamos reduzir à metade. Em 2009, eu não tenho dúvida, nós vamos poder investir um pouquinho mais. Mas, enquanto isso, a gente está buscando parecerias com o Governo Federal, com o Banco Mundial, com o Banco Interamericano. As parcerias mais importantes são essas das quais vocês me dão o exemplo. Nós fizemos aquilo que conseguimos fazer com muita coragem e muita determinação. Foi um ano diferente. Foi um ano de trabalho excessivo. Ele não precisa ser assim, ele pode ser melhor organizado. Foi um ano com muita briga, não precisava ser assim, mas o ano acabou bem. Os resultados foram bons e, chega, todos já nos conhecem. Eu quero afirmar para o cidadão, para a cidadã, para os amigos de Nova Petrópolis, que a coragem que eu tenho, a coragem que os meus secretários têm, não são mais que o espelho da coragem deste nosso povo. É nele que a gente se espelha para dizer que tem que vencer esta que é uma fase que vai nos permitir não ficar ali olhando com o dedo na boca o que faz São Paulo, o que faz Minas, o que faz Espírito Santo, o que faz Ceará. Nós podemos fazer muito mais e estamos começando o caminho. Então, eu venho celebrar com vocês o figo, mas eu não posso deixar, vindo aqui, de contar um pouquinho sempre da minha história pessoal e por que eu fico tão feliz em vir aqui. Nós fomos uma família muito grande - seis irmãos, muitos tios. Alguns moravam em casa, vinham uns de fora e a gente recebia. Nós fomos criados em uma casa que tinha um pequeno quintal. E ali nós plantamos aquilo que era do nosso uso. A mim, cabia plantar algumas coisas. Eu gostava de plantar principalmente espinafre. Quem planta espinafre sabe, você planta um pezinho deste tamanho ele se espalha que nem mato. Então, não dá muito trabalho, você só tem que cuidar de vez em quando. Mas eu plantava outras coisas. E nós tínhamos alguns pés de vários tipos de laranja, pés de café, em um terreno pequeno. E tínhamos figo. E o figo é para mim a fruta da minha infância, que a gente pegava no pé, embrulhava quando ele começava a nascer para não precisar usar agrotóxico. A gente embrulhava, minha mãe costurava o saquinho de pano. E depois, quando ele estava pronto para maturação, eu era a primeira a comer. Sou a que mais gosta de figo entre todos os irmãos, tios, primos, pais e daí por diante. Mas tem algo no figo que eu sei que essa comunidade conhece, e aqueles que pagam muito caro por remédios, lá nos centros urbanos deviam conhecer. A folha do figo, a gente ensina as crianças a não acharem que é leite, porque não é. Mas o leite que sai da folha do figo cura verrugas. Eu tirei dezenas da minha mão com a planta que eu tinha em casa. Isso as vovós deviam transmitir às crianças, porque evita que a gente gaste muito dinheiro nas farmácias. Primeiro, ensinando as crianças que aquilo não é leite. Em segundo lugar, sabendo das propriedades que a natureza nos dá e que é delas, na verdade, que a gente tira muito do nosso bem-estar, somado ao trabalho da terra que nos realiza, tira nossa alimentação, propõe a nossa convivência como nesta festa. Sem dúvida nenhuma, ela é a base que a indústria química tomou, porque também não há folha de figo para todo mundo tirar verruga - tem verruga demais no mundo. Eu queria apenas contar um pouquinho do conhecimento que eu tenho, porque adorava trabalhar na terra e tinha uma felicidade pessoal muito grande quando colhia o tempero para botar na comida, o espinafre, que crescia depois à vontade. Espinafre que os pássaros gostam e fortalece. Contei um pouquinho dessa pequena história para dizer que, além de estar próximos de vocês sempre, admiro e tenho como modelo a organização que as comunidades têm para celebrar o fruto do seu trabalho. Conheço um pouquinho de figo e, como boa vovó, estou ensinando as crianças que ainda não sabiam que, quando aparecer uma verruga, vai lá, tira um pedacinho da folha, bota – não um dia só, tem que ter paciência – e adeus verruga. A verruga é mais feia do que fácil de tratar. Então, feliz festa para vocês. Estou muito feliz de estar aqui. Quero cumprimentar cada um dos presentes, agradecer a ação companheira que estão tendo e trazer para o prefeito e para a comunidade os nossos parabéns. Feliz 35ª Festa do Figo Linha Brasil. Obrigada.
Portal do Estado do Rio Grande do Sul