Câmara Temática do Mercosul recebe líderes do agro e debate cenário global de desafios
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As perspectivas para o agronegócio do Rio Grande do Sul e os desafios comerciais, sanitários e geopolíticos globais foram o tema central de reunião da Câmara Setorial do Mercosul e Comércio Exterior realizada na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em Porto Alegre. Cerca de cem pessoas, entre líderes e representantes de entidades da agropecuária gaúcha, lotaram o auditório para ouvir a explanação do consultor Carlos Cogo, que detalhou vários pontos de impacto para a evolução das exportações brasileiras.
“O Rio Grande do Sul precisa ter presença e expertise para se posicionar e abrir mercados”, resumiu o secretário da Agricultura, Covatti Filho, ao fazer a abertura do encontro. O diretor do Departamento de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Seapdr, Ivan Bonetti, destacou que a Câmara Temática Mercosul e Comércio Exterior tem entre seus objetivos antecipar-se para evitar crises e reduzir assimetrias existentes na produção, comercialização e industrialização de produtos agropecuários.
Subsídios
Presente à reunião realizada na segunda-feira (17/2), o senador Luis Carlos Heinze fez defesa do agro nacional e detalhou que os valores subsidiados por Estados Unidos, União Europeia e China equivalem a US$ 1,4 bilhão por dia, ao passo que o Brasil significa US$ 7 bilhões anuais, conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O painelista Carlos Cogo apresentou um panorama global do agro, abordando desde “a confusão sanitária global”, com possíveis impactos do coronavírus e da peste suína africana, que causou forte impacto na produção de suínos na China, maior consumidor mundial desse tipo de carne, e levou o país a duplicar importações, pressionando os preços. O consultor falou sobre o interesse do Rio Grande do Sul de retirar a vacinação contra a febre aftosa e ter evolução no status sanitário. “Se fomos vigilantes até agora, precisaremos fazer o triplo para proteger nossas fronteiras e nosso rebanho”, disse.
Desafios pela frente
Cogo enumerou vetores que estão promovendo a mudança de hábitos alimentares no mundo, envolvendo aumento da população, da renda, maior longevidade e padrões de consumo em um cenário em que 84% da população global é urbana. Ele discorreu sobre novas tendências de consumo em que alimentação está baseada em vegetais.
Como principais desafios para o agro gaúcho e nacional, Cogo citou o acordo comercial Estados Unidos China; as inseguranças que rondam países sul-americanos como Argentina, Venezuela, Chile e Bolívia; o conflito entre Estados Unidos e Iraque; a possível mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém; o acordo Mercosul-União Europeia, que pode render oportunidades no longo prazo; e polêmicas ambientais, especialmente envolvendo a Amazônia, e seus riscos comerciais.
Presenças
Participaram da reunião o cônsul da Argentina, Hernan Cejas; a consulesa do Uruguai, Liliana Buonomo; chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Leonardo Isolan; superintendente da Conab, Carlos Bestetti; presidente do Irga, Günter Franz; coordenador do Instituto de Pesquisa Gianelli Martins e ex-secretário da Agricultura, Odacir Klein; diretor da Fecoagro e ex-secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcisio Minetto; presidente do Sindilat, Alexandre Guerra; diretor executivo do Sips, Rogério Kerber; diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos; presidente da Apromilho, Ricardo Meneghetti; presidente da Fargs, Anselmo Kuhn; diretor e coordenador geral da Afubra, Marco Dornelles; e o diretor-presidente da Sargs, Ivo Lessa.
Também enviaram representantes Acergs, Agaflor, Ageflor, Apassul, Badesul, Banrisul, BRDE, Famurs, Farsul, Febrac, Federarroz, Fetag, FGL, Ibpecan, Incra, Saur Equipamentos, Sedetur, Sindicato Nacional da Aviação Agrícola, Sindimadeira, Sinditabaco, Syngenta e Uvibra.
Texto: Ascom Seapdr
Edição: Secom