Foi entregue nesta sexta-feira (15) à comunidade do distrito de Otávio Rocha, na zona rural de Flores da Cunha, a restauração do Casarão dos Veronese, considerado patrimônio histórico que simboliza a imigração italiana no Rio Grande do Sul. Com dois anos de trabalho minuncioso, a reforma teve investimento de cerca de R$ 3 milhões. A obra foi executada em conjunto pela prefeitura, empresas Florence e Keko e o governo do Estado, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

O secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo, afirmou que a entrega das demandas é resultado da união de esforços. "As pessoas querem serviços de qualidade. Não importa de onde virão, se é do Estado, município ou da iniciativa privada. Essa restauração é um exemplo do esforço conjunto, em prol do patrimônio dos gaúchos", ressaltou.

Secretário Carlos Búrigo prestigiou entrega da restauração à comunidade. Foto: Gustavo Rech/SPGG

Patrimônio cultural

Construído em 1898 e tombado pelo patrimônio histórico estadual em 1986, o casarão é testemunha das dificuldades e soluções encontradas pelos primeiros imigrantes italianos assim que chegaram à região no final do século 19.

A edificação, erguida pelo agricultor Felice Veronese 16 anos após sua chegada da Itália em busca de melhores oportunidades, abrigará um Centro Cultural com salas para exposição de longa e curta duração e espaços para atividades culturais, oficinas de gastronomia e educação patrimonial.

Haverá ainda um bistrô, onde os visitantes poderão degustar produtos da região, como vinhos e espumantes, e visitar o orquidário. A obra teve início no primeiro semestre de 2015.

Com projeto do arquiteto Edegar Bittencourt da Luz, também responsável pelo restauro do Mercado Público de Porto Alegre, atingido por um incêndio em 6 de julho de 2013, o Casarão dos Veronese é um exemplar único da cultura da imigração italiana no Sul do Brasil. Com paredes em pedra basalto, tipo mais abundante na região, traz acabamentos em tijolos nos fechamentos das aberturas, estas provavelmente em madeira de araucária, matéria-prima em abundância na época.

Texto: Lucas Barroso/SPGG
Edição: Gonçalo Valduga/Secom