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Recuperação de adolescentes é tema de debate entre autoridades do país

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Debate na Fase
"Se a escola que uma criança frequenta promove a paz, acho que podemos diminuir o número de jovens que entram na Fase", disse - Foto: Sofia Wolff/Especial Palácio Piratini

A música diz assim: 'O ser humano é falho, hoje mesmo eu falhei. Ninguém nasce sabendo, então me deixe tentar'.  

Foi cantando esta letra que o Coral Novo Horizonte, formado por meninos e meninas da Fase (Fundação de Atendimento Socioeducativo do RS), emocionou os participantes do Fonacrid, o Fórum Nacional de Dirigentes Governamentais de Entidades Executoras da Política de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, nesta quarta-feira (21). 

O evento de nome extenso tem também um grande desafio: alinhar e aprimorar as ações de recuperação dos adolescentes que cometem infrações e, por isso, estão privados de liberdade, integral ou parcialmente. O encontro, que vai até o próximo domingo (25), reúne gestores que trabalham na área em todo o país. Participam representantes de 14 estados e do Distrito Federal. A abertura foi no auditório da Fase, em Porto Alegre.   

A secretária do Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos, Maria Helena Sartori, tocou num ponto crucial: a importância de dar oportunidades para os adolescentes que estão nos Centros de Atendimento Socioeducativo. Hoje, as 23 unidades gaúchas têm, em média, 1.350 internos, a maioria meninos. "O grande debate é como municípios, estados e União podem trabalhar juntos, unindo esforços, para que o retorno deles à sociedade seja o melhor possível". 

Na mesma linha, o presidente da Fase, Robson Luis Zinn, disse que o sistema socioeducativo não pode ser encarado como um sistema prisional. "Não adianta construir presídios se não focarmos na recuperação dos menores que tiveram algum problema com a lei'. Reforçou que o governo do RS, em dois anos, investiu R$ 80 milhões na Fundação. Um exemplo é a construção de nove novas escolas para as unidades. 

A educação, aliás, é um dos pilares da Fase, junto com a profissionalização. Hoje, 98% dos internos estudam regularmente. Mais de 400 fazem algum curso de capacitação, como culinária, corte e costura, informática, pintura e música. O acesso a estas oportunidades faz o índice de reincidência cair. Hoje, ele é de 32% entre os adolescentes que saem da Fase. No sistema prisional brasileiro, para os maiores de idade, a reincidência passa de 70%. 

A secretária Maria Helena ainda reforçou a importância da prevenção. Destacou que o RS tem uma rede de atendimento que vai do nascimento à vida adulta. Isso inclui o Programa Primeira Infância Melhor, o Criança Feliz, as Cipaves (Comissões Internas de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar), o Programa de Oportunidades e Direitos e os Centros da Juventude. Cada projeto trabalha com uma faixa etária, mas todos incluem cuidados com a saúde, acesso à educação, promoção da paz e preparação profissional. 

"Um bebê que for bem cuidado desde o começo da vida tem mais chances de se tornar um jovem incluído na sociedade", disse. "Se a escola que uma criança frequenta promove a paz, acho que podemos diminuir o número de jovens que entram na Fase", completou.

Depois do Fórum, a secretária visitou a Escola Aberta Vila Cruzeiro do Sul, que fica em um prédio da Fase e foi totalmente reformada pelo governo do Estado. A escola atende a 230 alunos da comunidade.

Texto: Vanessa Felippe/ Ascom SDSTJDH
Edição: Léa Aragón/ Secom

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