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Aberta oficialmente a colheita de arroz no Rio Grande do Sul

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Abertura da colheita do arroz 2017
Ato simbólico ocorreu na estação experimental do Irga, em Cachoeirinha - Foto: Sérgio Pereira/Irga

Sob sol escaldante e calor de mais de 30 graus quatro máquinas abriram oficialmente a colheita de arroz no Rio Grande do Sul neste sábado (18). A solenidade marcou o encerramento do evento técnico que durou três dias e movimentou milhares de pessoas na Estação Experimental do Arroz (EEA), em Cachoeirinha, onde se desenvolvem as pesquisas de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação.

O governador José Ivo Sartori foi representado pelo secretário Ernani Polo. Foi colhido aproximadamente um hectare de terra em uma lavoura de ensaio preparada especialmente para o evento. A lavoura foi semeada no sistema de cultivo mínimo ainda no mês de setembro. No local, foi utilizada a cultivar IRGA 424 RI/CL, desenvolvida pela autarquia com genética resistente ao arroz vermelho. Estima-se que a 424 ocupa 60% das lavouras de arroz do estado. A expectativa é de uma produtividade acima de 12 mil quilos por hectare. Para a safra, existe uma projeção de colheita de aproximadamente 8,3 milhões de toneladas de arroz. 

 

Depois da simbologia, produtores e público em geral foram convidados para acompanhar o anúncio de recursos para o setor e um panorama do atual cenário arrozeiro abordado no pronunciamento das autoridades, entre eles, deputados federais e estaduais, representantes de ministérios, prefeitos, secretários, fundações e entidades públicas e privadas. O Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (Flar) participou da solenidade com convidados de 18 países.  

O presidente do Irga, Guinter Frantz, ressaltou o impacto das pesquisas da entidade no bolso dos produtores: “Queremos aumentar a rentabilidade do produtor através da pesquisa. Como? Com melhor genética e com manejos corretos, isso se faz com pesquisa e se leva para o campo”, esclareceu. “O arroz ainda é um dos alimentos mais saudáveis que existe. Nós colhemos e sabemos que estamos consumindo saúde”, completou.

Todas as entidades ressaltaram a contribuição do trabalho do Irga para o desenvolvimento da cadeia produtiva, a exemplo do presidente da Comissão do Arroz da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong. “A semente produzida pelo Irga é um patrimônio do estado. Se o Irga se vai, vai embora também um pedaço da pesquisa do setor”, defendeu.

Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), entidade que promove o evento, exaltou a presença do meio rural na solenidade. “As autoridades aqui hoje são os senhores produtores, desde quem é da pesquisa, até o agueiro da lavoura.”

Ernani Polo destacou a atual situação econômica enfrentada pelo Estado e demonstrou otimismo perante os desafios: “Que bom que teremos uma boa colheita. A atividade é muito dependente do clima, mas, este ano, temos bons motivos para comemorar. O desafio agora é organizar as finanças para um futuro melhor e é isso que o governador Sartori vem fazendo”, esclareceu. O secretário também ressaltou que estão sendo chamados 47 técnicos e pesquisadores para atuar no Irga para contribuir com a permanência de profissionais na autarquia. A notícia ainda depende de publicação no Diário Oficial do Estado. 

O deputado federal Luiz Carlos Heinz, que participou do evento representando a Câmara Federal, defendeu o reajuste do preço mínimo do arroz, que, atualmente, fica na casa dos R$ 35. “O preço mínimo que nós temos hoje não adianta. O custo de produção calculado pelo Irga tem média de R$ 45. Não podemos vender abaixo disso”, enfatizou. 

A cerimônia foi marcada por importantes anúncios para o setor, que vieram do Banco do Brasil. O BB assinou a liberação de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra 2017/2018. Também foram anunciados R$ 700 milhões para a comercialização da safra, na linha de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários Integrantes do Programa de Garantia de Preços Mínimos (FEPM), que substituiu o EGF, com juros de 9,5% ao ano. As liberações estão sendo feitas desde janeiro nas regiões produtoras.  

O arroz movimenta cerca de 3% do ICMS gaúcho, e representa a maior área cultivável em 1 milhão e 60 mil hectares. São 20 mil lavouras distribuídas em 132 municípios. O estado conta com 230 indústrias de recebimento do grão. Calcula-se que 220 mil pessoas estejam envolvidas com a cadeia. 

O encerramento foi marcado pelo tradicional carreteiro da equipe de gastronomia do Irga. No próximo ano, a Abertura Oficial da Colheita do Arroz deverá acontecer novamente em Cachoeirinha.   

Texto: Sara Kirchhof/Ascom Irga
Edição: Léa Aragón/ Secom

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