Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Violência contra a mulher é tema de seminário na Escola de Saúde Pública

Publicação:

Encontro abordou os principais crimes, políticas de segurança pública, sistema de acolhimento e os efeitos da violência
Encontro abordou os principais crimes, políticas de segurança pública, sistema de acolhimento e os efeitos da violência - Foto: Henrique Lippert

Para debater sobre o preconceito e a violência contra a mulher na sociedade moderna, a Escola de Saúde Pública (ESP/RS), em alusão ao Dia Internacional da Mulher, promoveu o seminário Ser Mulher na Sociedade Contemporânea, nessa quinta-feira (12).

Coordenada pela vice-diretora da ESP, Stella Maria Feyh Ribeiro, a mesa de palestrantes foi formada pela diretora do Departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), delegada Patricia Sanchotene Pacheco; a defensora pública e dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem), Lísia Mostardeiro Velasco Tabajara; e a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Violência, Ética e Direitos Humanos da PUCRS, Patrícia Krieger Grossi.

Abordando as políticas de segurança pública, a delegada Patrícia Pacheco falou do trabalho do Observatório da Violência Contra a Mulher da SSP, órgão responsável por monitorar e fazer levantamentos de índices de casos de agressão. O foco está em cinco tipos de crime: ameaça, lesão corporal, estupro, femicídio e femicídio tentado. Segundo a delegada, a maior parte dos casos é causada pelo companheiro da vítima. "O homem não aceita o fim do relacionamento ou o início de outro por parte da mulher", relatou. Em situações de casais com filhos, ela diz que geralmente esse tipo de cena acontece na frente da criança. "Sabemos o efeito psicológico que isso pode causar. Convivendo diariamente com essa circunstância, acaba se tornando banal agredir".

A defensora pública Lísia Velasco Tabajara é também agente de execução na área de violência doméstica e familiar do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) da Defensoria Pública. Segundo ela, o trabalho feito no centro é dividido em quatro pilares: acolhimento psicossocial, atendimento especializado multidisciplinar, capacitação em direitos e monitoramento comunitário. "O diferencial do serviço é a estratégia de empoderamento das pessoas em situação de violência", contou. "O tipo de caso de violência sofrida pela mulher definirá o profissional que vai atuar no acolhimento, por isso, temos defensores públicos, assistentes sociais e psicólogos treinados para essa atividade".

Já a pesquisadora da PUCRS Patrícia Krieger Grossi explicou que a visão popular da mulher que sofre abuso é algo mais complicado do que aparenta. "Todos tendem a culpar a mulher, chamar ela de submissa. A realidade é que ela não quer que a relação acabe, e sim que a violência termine. Existem vínculos emocionais ou econômicos que, às vezes, as impedem de agirem e as pessoas não enxergam isso", esclareceu. Patrícia ainda parabenizou a ESP/RS, órgão vinculado à Secretaria Estadual da Saúde pela iniciativa. "Eventos como este são fundamentais para pensar estratégias e sensibilizar a população. É preciso articular uma rede para combater esse problema de maneira eficaz", concluiu.

Texto: Gabriel Severo
Edição: Redação Palácio Piratini/Coordenação de Comunicação

Portal do Estado do Rio Grande do Sul