Ao ser confirmado na direção-geral do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski, até então interino, teve sua indicação celebrada entre os profissionais da área ambiental, do trânsito e mobilidade, devido a sua experiência e a seu profundo conhecimento sobre o tema. Szinvelski protagoniza um momento histórico inédito, em que um servidor concursado assume a gestão do órgão executivo de trânsito do RS. Nesta entrevista, ele destaca as perspectivas para o futuro e os projetos prioritários de sua gestão.

O que representa para a sociedade ter um servidor concursado à frente da Autarquia?
Significa que a tecnicidade ganhará força. O Detran/RS trabalhará nas suas funções essenciais, sem outras preocupações além do interesse público. Vamos zelar pela proteção da vida, pelo aperfeiçoamento da formação dos condutores, pela segurança cada vez maior dos processos de veículos e, sobretudo, pela mudança de comportamento, buscando a introspecção verdadeira da norma para um trânsito mais humano e seguro. 

Mudanças são naturais para fazer frente às demandas sociais e seus reflexos. O servidor do Detran/RS sabe, por experiência, que não adianta encaramujar-se. Precisamos reexaminar as premissas e encontrar novos caminhos para os vetustos problemas. Ter um dos seus à frente da Autarquia é importante para a autoestima dos servidores, mas também representa uma maior responsabilidade. Não temos o direito de errar.

Quais os projetos prioritários para essa primeira gestão de um servidor de carreira?
Queremos aprimorar o controle informatizado de todos os processos em nome da transparência. Biometria plena no processo de habilitação, filmagem das provas práticas e das vistorias dos veículos, qualificação e informatização dos depósitos e implantação do Prontuário Médico Eletrônico são alguns desses projetos já em andamento, que devem ser priorizados.

Além disso, pretendemos criar novos termos de credenciamentos, aumentar o controle dos desmanches, leiloar mais veículos e sucatas recolhidos aos depósitos do Detran/RS e aumentar o quantitativo de materiais inservíveis reciclados. Fiscalizar, controlar, e supervisionar mais, pois a punição dos infratores é mera consequência e, em apertada síntese, um ato civilizatório evoluído que possui em sua essência caráter educativo e pedagógico.
É imperativo, ainda, retomarmos a discussão sobre a inspeção veicular ambiental.

Alguns projetos mais urgentes são o projeto de lei a ser encaminhado à Assembleia Legislativa para instalação de abrigos nos locais de provas, oferecendo mais conforto e dignidade para candidatos e examinadores; e a valorização da Corregedoria e Auditoria, com mais servidores, sistematização integral dos processos e recebimento de gratificação pela atividade desempenhada, nos moldes dos agentes e dos examinadores. 

Também é prioridade – e deveria ser sempre nos órgãos de trânsito - investir muito na educação para o trânsito. Gostaríamos, ainda, para coroar o trabalho de um órgão tão importante como o Detran/RS, de adquirir um prédio próprio - como os demais órgãos públicos -  para mantermos a identidade e trabalharmos todos juntos,  já que hoje os servidores da Autarquia estão espalhados em diversas sedes. 

Que desafios o Detran/RS espera enfrentar nesse início de governo?
Os desafios são muitos, mas a dedicação e vontade de acertar dos servidores é ainda maior. Mesmo neste momento de austeridade financeira, com cortes de gastos, de diárias, combustível, aquisições, buscaremos uma relação profissional amadurecida, moderna e responsável, vencendo as dificuldades  e trilhando caminhos que ninguém trilhou para construírmos, verdadeiramente, um órgão executivo estadual de trânsito que possa, de fato, interagir com a sociedade - razão da nossa existência -  através do seus servidores e de suas ações qualificadas.
 

Texto: Mariana Goldmeier Tochetto
Edição: Redação Palácio Piratini/Coordenação de Comunicação