Nos últimos quatro anos, o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), se consolidou entre produtores gaúchos através do investimento em aperfeiçoamento de técnicos, produtores e em inovação cientifica e tecnológica. Com a missão de fomentar a pesquisa, lançou na virada de 2013/2014 três novas cultivares: Irga 429, Irga 430 e Irga 424 RI.

Com o mercado estabilizado, o produtor de arroz consolida o cenário positivo. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) estima que a área plantada com arroz na temporada 2014/2015 seja 0,11% superior à que havia no período anterior. 

A expectativa da safra é de 8.200 milhões de toneladas no Estado, igualmente maior do que a colheita 2013/2014, que foi de 8.116 milhões de toneladas. Se esses números se confirmarem, as exportações deverão se projetar entre 1,3 milhão e 1,5 milhão de toneladas para 2014/2015.

O presidente do Irga, Claudio Pereira acredita que o mercado exige cada vez mais produtos de qualidade e que as exportações dependem também do valor da moeda americana. “Se o dólar subir mais, o produtor pode exportar mais, no entanto a prioridade é o abastecimento interno”, disse.

Para se manter sempre a par das novidades, durante o governo Tarso, o Irga firmou uma série de parcerias com empresas públicas e privadas.

Além disso, o Irga realiza mais de 100 ações de pesquisa por ano. Desenvolver novas cultivares de arroz visando o aumento da produtividade está entre as suas prioridades.

Desde 2011 foram oito cultivares desenvolvidos, uma média de duas por ano. São elas: IRGA 426, IRGA 427, IRGA 428, IRGA 424, IRGA 429 e IRGA 430 e duas de arroz híbrido QM 1010CL e a Prime CL.

As novas cultivares garantem um produto de melhor qualidade na mesa do consumidor e uma maior quantidade na colheita para os produtores. “Todas as variedades do Irga possuem três características principais: alta produtividade, boa qualidade e a resistência às principais doenças”, explicou o presidente. 

Promover e difundir o uso do cereal, incentivar o consumo, mostrar o valor do arroz em termos nutricionais e as vantagens de sua presença na refeição diária são algumas das ações do Irga que fazem parte do Programa de Incentivo ao Consumo de Arroz. 

Além das cultivares de arroz, o instituto desenvolveu, ainda, uma cultivar de soja para cultivo em áreas de várzea, em parceria com CCGL Tecnologia, a TEC IRGA 6070 RR.

Para Claudio Pereira, o cenário atual é fruto de planejamento e do envolvimento do governo do Estado no setor orizícola. “Trabalhamos muito para alcançar os resultados que estão aí, sempre de forma muito transparente”, avalia.

Cultivares de arroz lançadas 2013/2014:

Irga 429: Pode ser cultivada no sistema de cultivo pré-germinado e nos demais sistemas de preparo de solo convencional, cultivo mínimo e plantio direto. É de ciclo médio e apresenta colmos fortes, o que lhe confere boa resistência ao acamamento de plantas. É moderadamente resistente a brusone na folha e moderadamente suscetível a brusone da panícula e resistente a toxidez por ferro no solo. Caracteriza-se por apresentar uma boa qualidade industrial e culinária dos grãos. Pode ser uma boa alternativa à Irga 424, de mesmo ciclo, por ter melhor qualidade dos grãos. Nos ensaios conduzidos foi obtida a média de produtividade de 10.243 kg ha-1.

Irga 430: Pode ser cultivada nos sistemas de preparo de solo convencional, cultivo mínimo e plantio direto, com ampla adaptação nas diferentes regiões orizícolas do Rio Grande do Sul, apresentando bom desempenho de produtividade dos grãos, com média de 10.243 kg ha-1. É de ciclo precoce, moderadamente resistente a brusone na folha e moderadamente suscetível a brusone da panícula e resistente a toxidez por ferro no solo. Caracteriza-se por apresentar uma boa qualidade industrial e culinária dos grãos.

Irga 424 RI: Esta cultivar é essencialmente derivada da Irga 424. Apresenta resistência aos herbicidas Only e Kifix, pertencentes ao grupo químico das Imidazolinonas, sendo uma alternativa de manejo para o controle do arroz vermelho. É de ciclo médio com alto potencial de produtividade dos grãos, é resistente a brusone na folha e na panícula, sendo uma excelente alternativa de cultivo em áreas com histórico de ocorrência de arroz vermelho e incidência de brusone, evitando-se o uso de controle químico para esta doença. Além disso, é resistente a toxidez por excesso de ferro no solo.

Texto: Luciana Alcover
Edição: Redação Secom