O Rio Grande do Sul habilitou 5.368 MW para o leilão de energia elétrica A-5 marcado para 28 de novembro. Destacam-se os projetos de térmicas a carvão (fonte na qual o Estado foi o que mais garantiu propostas) e de energia eólica (na qual ficou em segundo lugar). Na próxima semana, serão conhecidos os vencedores do certame, pelo qual os empreendimentos têm prazo de cinco anos para iniciar a entrega.

Os três projetos de térmicas a carvão gaúchos que se inscreveram garantiram oferta de 1.590 MW. Nenhuma outra unidade da federação ofereceu quantidade semelhante, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Na fonte eólica, o Rio Grande do Sul habilitou 2.462 MW, em 105 projetos. Com isso, ficou à frente de estados como Ceará e Rio Grande do Norte, e atrás apenas da Bahia. "Mais uma vez, as iniciativas gaúchas tiveram um bom desempenho nessa fase preliminar", afirma o coordenador de Energias e Comunicações da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Eberson Silveira.

O Estado já conta com 634 MW instalados em 23 parques eólicos em diferentes regiões, e até 2018 construirá outras 68 unidades – que somarão R$ 6 bilhões em investimentos. Também foi habilitado um projeto de térmica a gás natural, de 1.238 MW – além de três PCHs (48 MW) e uma térmica a biomassa (30 MW). No total brasileiro, o leilão habilitou 29.242 MW em 821 projetos. Dentre eles, o destaque foi de energia eólica, somando oferta de 14.155 MW. O objetivo é abastecer o mercado a partir de 2019.

Bom desempenho também em leilão de transmissão
Na última terça-feira (18), o Rio Grande do Sul garantiu investimentos da ordem de R$ 3,27 bilhões em transmissão de energia gerada por fonte eólica. A Eletrosul arrematou o principal lote do leilão de transmissão 004/2014 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os empreendimentos do Lote A compreendem 2,1 mil quilômetros de linhas de transmissão, em 230kV e 525kV, oito subestações e ampliação de 13 unidades existentes, com capacidade de transformação de 4.781 MVA, com investimentos totais de R$ 3,27 bilhões.

Somando-se resultados positivos obtidos também no Mato Grosso do Sul, a expectativa é de geração de 11 mil empregos diretos. O novo sistema de transmissão irá ampliar o escoamento de energia elétrica no Rio Grande do Sul, onde a Eletrosul é a maior investidora na fonte eólica com a implantação dos complexos Cerro Chato e Campos Neutrais, além de estabelecer um novo ponto de atendimento do Norte do Estado e aumentar a confiabilidade no fornecimento de energia na Região Metropolitana de Porto Alegre.

"Essas obras, tão fundamentais para o sistema elétrico do Estado, possibilitarão um aumento no escoamento da energia produzida e irão melhorar a segurança do abastecimento energético dos gaúchos", explica Silveira.

Texto: Bianka Nieckel
Edição: Redação Secom