As informações captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), para setembro de 2014, mostram pequeno acréscimo do nível ocupacional e relativa estabilidade da taxa de desemprego, que ficou em 6%.

O rendimento médio real referente ao mês de agosto de 2014 apresentou pequena variação positiva para o total de ocupados e de assalariados (0,5%) e elevação para os trabalhadores autônomos (2,1%).

Os resultados foram comemorados pelo secretário adjunto do Trabalho e do Desenvolvimento Social, Elomar Feijó, que espera números ainda melhores para os próximos meses. "Estamos felizes com essa estabilidade, pois, mesmo com o aumento da procura, os números se mantiveram em bons níveis. Com o final do ano chegando e o reaquecimento da economia, esperamos números ainda melhores".

As informações da PED são coletadas em uma amostra de cerca de 7.500 domicílios e são divulgadas mensalmente desde junho de 1992.

O número total de desempregados em setembro foi estimado em 110 mil pessoas, com pequeno incremento de 2 mil indivíduos em relação ao mês anterior. Esse resultado ocorreu devido ao ingresso de 7 mil pessoas no mercado de trabalho (pessoas em busca de emprego), número levemente superior ao acréscimo do nível ocupacional (5 mil).

Estabilidade
Com referência aos principais setores de atividade econômica analisados, constatou-se crescimento do nível ocupacional na indústria de transformação (mais 15 mil ocupados, ou 5,1%) e no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 6 mil ocupados, ou 1,8%). No sentido contrário, observou-se redução do nível ocupacional nos serviços (menos 13 mil ocupados, ou -1,4%), assim como na construção civil (menos 2 mil ocupados, ou -1,7%).

"Os números podem ser considerados positivos, pois mostram uma estabilidade em um nível de desemprego baixo. A variação se deu por causa de mais pessoas buscando ocupação, o que com a chegada do 13º salário e o término das eleições, deve inverter novamente essa curva com o reaquecimento econômico de final de ano”, explicou a economista que trabalhou na análise dos dados, Virgínia Danoso.

Rendimentos
Em agosto, o rendimento médio real do total de ocupados apresentou pequena variação positiva (0,5%), assim como o dos assalariados (0,5%), enquanto o dos trabalhadores autônomos teve crescimento (2,1%). Em termos monetários, esses rendimentos passaram a corresponder a R$ 1.832, R$ 1.785 e R$ 1.682, respectivamente.

Média anual
Entre setembro de 2013 e setembro de 2014, a taxa de desemprego total na RMPA apresentou relativa estabilidade, variando de 6,2% para 6,0% da população econômicamente ativa (PEA). No mesmo período, a taxa de desemprego aberto passou de 5,5% para 5,3%. Nos últimos 12 meses, observou-se decréscimo de 2,4% no nível ocupacional, mantendo-se o comportamento negativo verificado desde janeiro.

Setorialmente, houve redução para a maioria dos setores de atividade e estabilidade na construção. A queda mais intensa foi registrada no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 18 mil ocupados, ou -5,0%), seguindo-se o setor serviços (-16 mil ocupados, ou -1,7%) e a indústria de transformação (menos 7 mil, ou -2,2%).

A massa de rendimentos reais registrou queda no mesmo período, sendo de 1,4% para os ocupados e de 3,1% para os assalariados. Note-se que, para os ocupados, o comportamento negativo da massa de rendimentos vem sendo observado desde o mês de maio.

Texto: Euclides Bitelo
Edição: Redação Secom